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O alpinista norueguês, Rolf Bae, morto no dia 1º enquanto descia o K-2: saldo de vítimas pode aumentar, disseram organizadores da expedição | Scanpix Norway / Reuters
O alpinista norueguês, Rolf Bae, morto no dia 1º enquanto descia o K-2: saldo de vítimas pode aumentar, disseram organizadores da expedição| Foto: Scanpix Norway / Reuters

Pelo menos três alpinistas conseguiram escapar com vida de uma avalanche, na sexta-feira (1), no K-2, o segundo pico mais alto do mundo. Um helicóptero do Exército paquistanês resgatou, na manhã desta segunda-feira (4), dois alpinistas holandeses. No fim tarde, o italiano Marco Confortola foi alcançado por três carregadores paquistaneses e um escalador americano que subiram a montanha para ajudá-lo a chegar a um ponto onde o helicóptero possa resgatá-lo. O número de mortos na tragédia teria chegado a 12, segundo um escalador que está numa base da montanha. O K-2 tem 8.611 metros de altitude e integra a cadeia do Karakorum, na fronteira com a China.

- Os ânimos na base estão no chão. Cada equipe tem um integrante entre os mortos. Atualmente estão aqui entre 20 à 25 alpinistas, todos dispostos a partir - disse à agência de notícias APA o alpinista austríaco Christian Stang, que está na montanha.

Os dois holandeses resgatados foram identificados como Wilco van Rooijen e Cas Van de Gevel. Eles foram levados para um hospital militar em Skardu, no Paquistão. O italiano será levado para uma base da montanha, onde passará a noite, até que amanheça, e ele possa ser resgatado por um helicóptero. Enquanto descia a montanha, ele disse que apesar do frio e do cansaço não pensava em desistir.

- É claro que eu vou continuar. Imagine se vou desistir agora - disse o alpinista italiano a um grupo de escaladores com quem fez contato por telefone via satélite.

Os serviços de resgate ainda tentam confirmar quantos continuam desaparecidos no pico. Os alpinistas isolados estão em uma altitude conhecida como a "Zona da Morte", onde os corpos começam a se degenerar devido à falta de oxigênio.

- No K2, quando estão desaparecidos estão mortos - disse Sher Khan, coronel da reserva e vice-presidente do Clube Alpino do Paquistão, e um dos alpinistas mais experientes do país.

A catástrofe ocorreu na sexta-feira, quando um grande bloco de gelo se desprendeu e rompeu as cordas fixas que seguravam parte dos alpinistas, provocando uma avalanche na encosta conhecida como Gargalo de Garrafa, a mais de 8.200 metros de altitude. Entre os 11 mortos há três coreanos, dois nepaleses, dois paquistaneses, um sérvio, um francês e um norueguês, além de um irlandês considerado desaparecido anteriormente.

- Eles estavam voltando do pico quando foram atingidos por uma avalanche no Gargalo de Garrafa - disse Ghulam Mohammad, proprietário da agência Blue Sky Travels and Tours.

Antes dessa catástrofe, o dia mais letal na história do K-2 havia sido 13 de agosto de 1995, quando seis pessoas caíram ou desapareceram durante uma tempestade.

Mais de 70 alpinistas perderam a vida no K-2, vários deles no Gargalo de Garrafa. Chamada de "a montanha das montanhas" pelo famoso alpinista italiano Reinhold Messner, o K-2 não é o pico mais mortal em termos de número de vítimas, mas as estatísticas mostram que as chances de morrer na sua descida são maiores do que em outros picos. Explorado pela primeira vez em 1856, o K-2 só perde em altitude para o Monte Everest.

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