Muitas dúvidas persistem sobre a suposta tentativa de atentado contra o ditador venezuelano Nicolás Maduro, no último dia 4, em Caracas, durante uma parada militar. A única certeza sobre o caso é que Maduro, líder de um dos governos mais controversos da história, usará o fato a seu favor.
“É um episódio pouco claro e é difícil que se chegue a saber o que aconteceu ou quem foi. Qualquer que seja a verdade sobre a autoria, não se poderá esclarecer”, diz a professora Andrea Oelsner, da Universidade San Andrés (Argentina).
Ela enxerga três possibilidades de elucidação do caso: que tenha sido feito pelo próprio governo; pela oposição (incluindo a militar ou de um grupo formado por militares e civis) ou que tenha sido organizado fora da Venezuela, com aliados locais. “De qualquer forma, na Venezuela. 98% dos crimes comuns não são resolvidos, como também este não será resolvido.”
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Maduro já escolheu a sua alternativa: culpou a oposição, o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos e os americanos. E já desencadeou o aparato repressivo. Prendeu o deputado Juan Requesens, que confessou (ou foi impelido a confessar) sua participação no episódio.
Uma coisa é certa, ressalta a professora argentina: “o governo (de Maduro) precisa distrair a atenção da população de outros assuntos que não pode esconder, o fracasso do governo em todos os seus aspectos - político, econômico, social, humano, de saúde e educação.” Um dos cenários mais claros está na economia: o país chega ao quinto ano seguido sem crescimento, com o PIB encolhendo 47% desde 2013 e com uma inflação que, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), deverá chegar ao 1.000.000%.
“Se tiver sido orquestrado pelo próprio governo não o saberemos, porque será ocultado”, diz ela.
A tática já foi usada algumas vezes na história para reafirmar líderes no poder ou para minar governos. Em fevereiro de 1933, o Reichstag, prédio que serve de sede para o Parlamento alemão, foi incendiado. O fogo foi atribuído ao pedreiro holandês, Marinus van der Lubbe, que era um agitador comunista. Foi a deixa encontrada pelo chanceler Adolf Hitler, que tinha sido empossado no mês anterior, para garantir mais poder. Direitos previstos pela Constituição alemã de 1919 foram suspensos, o que possibilitou a prisão de comunistas e o aumento das ações policiais na Alemanha.
Outra manobra política aconteceu em 1937, no Brasil, com o Plano Cohen. Segundo o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas, a estratégia consistiu em divulgar um documento em 1937, atribuído à Internacional Comunista, contendo um suposto plano para a tomada do poder pelos comunistas. Anos mais tarde, ficaria comprovado que o documento foi forjado pelo governo com a intenção de justificar a instauração da ditadura do Estado Novo, em 1937. O autor do plano foi o capitão Olímpio Mourão Filho, então chefe do serviço secreto da Ação Integralista Brasileira.
No Irã, em agosto de 1953, militares iranianos - aliados do xá Reza Pahlavi, que tinha fugido do país após uma tentativa de golpe contra Mohammad Mosaddegh, se infiltraram no Tudeh, o partido comunista iraniano, para organizar uma “revolução comunista”. O resultado foi saque a empresas, lojas destruídas e muito vandalismo na região comercial de Teerã, a capital iraniana. A convulsão social foi a deixa para que o general Faziollah Zahedi, aliado do xá, desencadeasse a repressão. O resultado foi a queda de Mosaddegh. A CIA deu apoio aos militares iranianos. Tanto é que Allen Dulles, diretor do serviço de inteligência americano, acompanhou o xá no retorno de seu exílio.
1933 - Incêndio no Reichstag
Depois de oito décadas, muitos historiadores ainda discutem quem seria o mandante do incêndio que destruiu Reichstag, prédio do Parlamento alemão. Assim como a suposta tentativa de assassinato de Nicolás Maduro na Venezuela, três hipóteses são consideradas como prováveis: o crime teria sido tramado por comunistas que queriam tomar o poder; um complô arquitetado pelos próprios nazistas para estimular o ódio da população contra os comunistas; ou ainda o ato solitário de um jovem incendiário que rejeitava um governo nazista.
O incêndio ocorreu por volta das 21h em 27 de fevereiro de 1933, um mês depois que um novo chanceler era empossado na Alemanha: Adolf Hitler, parceiro minoritário em uma coalizão dominada por companheiros aristocráticos do presidente Paul von Hindenburg.
Os bombeiros tentaram apagar o fogo, mas o prédio acabou sendo completamente destruído. Forças de segurança tentavam impedir o acesso ao local enquanto uma multidão se reunia para assistir à tragédia. Também foram para o local as lideranças nazistas. Rapidamente, eles afirmaram que o ataque ao Reichstag era o início de uma revolução comunista.
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Uma reportagem da Revista Times de 6 de Março daquele ano afirmava que ao incêndio intencional seguiu-se uma “campanha de violência sem igual” por parte de Adolf Hitler em face das eleições daquele mês.
O fato provou ser o catalizador que impulsionou Aldof Hittler para a vitória nas eleições de Março de 1933, o que colocou a Alemanha no caminho da Segunda Guerra Mundial.
Hitler não gozava de tanto apoio dos aristocratas que dominavam o Parlamento alemão, mas o incêndio deu a ele a oportunidade que esperava. No dia seguinte, ele persuadiu o presidente Hindenburg a emitir o "Decreto do Presidente do Reich para a Proteção do Povo e do Estado", conhecido como o "Decreto do Fogo do Reichstag". Com isso, a maioria dos direitos básicos previstos na Constituição de Weimar, milhares de comunistas e social-democratas foram presos e suas reuniões foram proibidas.
A campanha eleitoral nacional-socialista prosseguiu sem impedimentos. Apesar do decreto, o Partido Nazista ainda era incapaz de capturar a maioria absoluta nas eleições do Reichstag de 5 de março de 1933. Com 43,9% dos votos, ainda precisava do Partido Nacional do Povo Alemão [Deutschnationale Volkspartei, DNVP] como um parceiro de coalizão.
O holandês Marinus Van der Lubbe, ligado ao partido comunista, foi preso, sentenciado e executado pelo crime no ano seguinte, pouco antes de completar 25 anos. Em seu julgamento, ele disse que atuou sozinho, mas seu depoimento era questionado tanto por nazistas quanto por comunistas, que viam no inimigo o mandante do crime.
Em seu livro “Burning the Reichstag”, o advogado e historiador Benjamin Carter Hett analisou as três hipóteses para o incêndio. A mais fácil de dispensar, segundo ele, é a de que os comunistas estavam prestes a dar um golpe para tomar o poder na Alemanha, porque Stalin não tinha interesse nisso - pelo contrário, até cogitava uma aliança com o nazismo -, e também porque os representantes locais de Stalin acreditavam que poderiam “sentar e esperar” por sua revolução.
Fica ainda mais difícil de se chegar a uma solução para o caso já que o réu confesso deu testemunhos contraditórios. Chegou a dizer que esteve com nazistas antes do incêndio, que foi motivado por questões pessoais e depois alegou que atuou em favor da classe trabalhadora.
Em 1981, um tribunal de Berlim Ocidental declarou que o julgamento havia sido "um erro judiciário", embora não dissessem que Lubbe era inocente. Já em 2001, surgiram evidências de que a teoria da conspiração estava correta. Dois historiadores pesquisaram arquivos da Gestapo que foram disponibilizados somente depois de 1990. Com base no material, eles afirmaram que um grupo de homens da milícia paramilitar nazista, liderados por Hans Georg Gewehr, atearam fogo no prédio e que Van der Lubbe foi trazido para a cena mais tarde.
Mas vários historiadores respeitáveis da Alemanha acreditam que Van der Lubbe tenha realmente agido sozinho. A revista Der Spiegel publicou um artigo de 10 páginas argumentando que a tese de que Van der Lubbe agiu sozinho continua sendo a explicação mais provável.
Segundo Hett, no entanto, nenhum deles conseguiu explicar como o jovem teria, sem ajuda alguma, teria ateado fogo em um prédio que foi totalmente destruído pelas chamas em dez minutos.
Sem ter como comprovar uma conspiração dos nazistas, o incêndio do Reichstag ainda é um mistério. O único consenso a que chegam os historiadores é que o incidente serviu como um trunfo para Hitler se consolidar no poder.
1937 - Plano Cohen
Depois de mais de oito anos sem eleições para presidente, o Brasil iria às urnas para escolher, em janeiro de 1938, o sucessor de Getúlio Vargas, que chegara ao poder após derrubar o presidente Washington Luiz e impedir a posse do eleito, Júlio Prestes, em 1930.
Mas, segundo o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV), Vargas tinha a intenção de se manter no poder. Nos bastidores, articulava o cancelamento das eleições, que teria como candidatos o ex-governador paulista Armando Salles de Oliveira e o escritor paraibano José Américo de Almeida.
Um dos pretextos seria uma suposta revolução preparada pelos comunistas. Não seria uma novidade para o governo Vargas, já que, em novembro de 1935, enfrentara uma tentativa de golpe que envolvera a Internacional Comunista (Comintern), o Partido Comunista do Brasil (PCB) e a frente de grupos de esquerda conhecida como Associação Nacional Libertadora. Militares chegaram a ocupar quartéis no Rio de Janeiro e no Recife e um governo provisório chegou a ser instalado em Natal. A revolta fora rápida e reprimida com violência. Milhares de pessoas foram presas, entre elas Pedro Ernesto Batista, então prefeito do Distrito Federal.
O Plano Cohen foi apresentado em uma reunião da alta cúpula militar do país em setembro de 1937. Ele teria sido supostamente apreendido pelas Forças Armadas junto a militantes comunistas. Segundo o CPDOC/FGV, o plano previa a mobilização dos trabalhadores para a realização de uma greve geral, o incêndio de prédios públicos, a promoção de manifestações populares que terminariam em saques e depredações e até a eliminação física das autoridades civis e militares que se opusessem à insurreição.
As autoridades militares - entre elas os generais Eurico Gaspar Dutra, futuro presidente, e Gois Monteiro, chefe do Estado Maior do Exército - não questionaram a veracidade do suposto documento.
Dias após a reunião, ele foi divulgado publicamente, tendo repercussão negativa na imprensa e na sociedade. Foi desencadeada uma campanha anticomunista.
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O cenário foi aproveitado por Getúlio Vargas que conseguiu, junto ao Congresso, mais poderes. Entre eles, estava a declaração do estado de guerra, que foi utilizado para afastar o então governador gaúcho Flores da Cunha. Em 10 de novembro, Getúlio apresentava uma nova Constituição ao país, também conhecida como Polaca por ser inspirada no regime semifascista polonês. Ela lhe dava poderes quase ilimitados. As eleições presidenciais foram canceladas, marcando a entrada no Estado Novo, um período autoritário que se estendeu até 1945.
Mas, o Plano Cohen era uma farsa. Com a decadência do Estado Novo, o complô veio à tona em março de 1945, denunciado pelo general Gois Monteiro, um dos generais que estava presente à reunião em que o plano foi divulgado. Ele disse que o recebera do capitão Olímpio Mourão Filho, chefe do serviço secreto da Ação Integralista Brasileira (AIB).
Segundo o CPDOC/FGV, Mourão Filho, por sua vez, admitiu que elaborara o documento, afirmando porém tratar-se de uma simulação de insurreição comunista para ser utilizada estritamente no âmbito interno da AIB. O capitão também afirmara que Góes Monteiro, havia tido acesso ao documento através do general Álvaro Mariante, que apropriou-se indevidamente dele.
Mourão, inclusive, deu uma desculpa para não ter denunciado a fraude: disse que estava obrigado ao silêncio por causa da disciplina militar. E o principal líder da AIB, Plínio Salgado, que teve participação ativa na formulação do Estado Novo e retirara sua candidatura às eleições presidenciais de 1937, disse que não denunciou o plano por causa do risco em desmoralizar as forças armadas, única instituição que, segundo ele, era capaz de conter a ameaça comunista.
Um artigo acadêmico escrito em 1998 pelo professor Rodrigo Patto Sá Motta, atualmente professor do Departamento de História da UFMG, sintetiza o que foi o Plano Cohen:
“O ‘Plano Cohen’ é um exemplo eloquente de como foi forte a influência do antissemitismo no Brasil da década de 1930.(...) A trama continha ingredientes típicos do imaginário antissemita e anticomunista, bem como da mitologia conspirativa. O ‘plano’ era uma conspiração urdida às escondidas por um pequeno grupo, mestre na arte da camuflagem . As ações previstas tinham um caráter sinistro e traiçoeiro: terrorismo (explosão de bombas) e incêndios para criar caos e espalhar pânico entre a população, e a realização de seqüestros e assassinatos de personalidades importantes, visando desarticular a reação das autoridades”.
Originalmente, Mourão Filho atribuira o plano a Béla Kun, líder comunista húngaro, de raízes judaicas, que, em 1919, tentou implantar um regime comunista em seu país. Posteriormente, de acordo com a pesquisa de Motta, o capitão abandonou essa versão e resolveu chamar o plano de Cohen, um dos sobrenomes judaicos mais comuns.
1953 - Operação Ajax
A Operação Ajax, que resultou no golpe que depôs o primeiro-ministro Mohammad Mossadegh, em 1953, tem suas raízes na tentativa deste em se manter no poder em meio à crise da nacionalização da indústria petrolífera iraniana.
A nacionalização era bandeira política de Mossadegh, que chegou ao poder em 1951, por meio de eleições. Um dos primeiros atos foi promovê-la, o que acabou desagradando os britânicos, que controlavam a Anglo Iranian, responsável pela produção petrolífera.
Mossadegh tentou negociar com a empresa, propondo a divisão dos lucros. Metade ficaria com os britânicos e a outra metade com os iranianos. A proposta não foi aceita. Este momento, segundo livro do cientista político americano Mark Gasiorowski, da Universidade Tulane (EUA), marca o início dos planos britânicos para minar e derrubar o governo iraniano.
Os EUA tentaram intermediar uma solução, contudo, as negociações se mostraram infrutíferas. Com a nacionalização, a produção de petróleo do Irã despencou, devido à inexperiência dos técnicos iranianos e à proibição de britânicos trabalharem com eles. O principal campo petrolífero, no Sul do Irã, praticamente ficou às moscas.
O Reino Unido também proibiu que empresas britânicas exportassem mercadorias como aço e açúcar ao país asiático e congelou os ativos iranianos nos bancos britânicos. Também apelou para a Corte Internacional de Justiça.
Ao mesmo tempo, agentes britânicos em Teerã tentavam implodir o governo de Mossadegh, que buscava o apoio americano e do Banco Mundial. Mas os britânicos tinham um importante instrumento de pressão contra os EUA: o apoio na Guerra da Coreia (1950-3).
A situação econômica no Irã se deteriorava e a coalizão que levou Mossadegh ao poder enfraquecia, porque o aiatolá Abol-Qassen Kashani, presidente do legislativo, não via esforços do primeiro-ministro para transformar o Irã em um estado islâmico.
Segundo o historiador Abbas Milani, autor de uma biografia sobre o xá Reza Pahlavi, o Reino Unido ficou preocupado com a ameaça a outros interesses britânicos e, acreditando que o nacionalismo iraniano era uma armação da União Soviética.
Os britânicos aproveitaram o espírito da Guerra Fria e conseguiram persuadir os americanos, quando Dwight Eisenhower, um dos comandantes das forças aliadas na Segunda Guerra Mundial, chegou à Casa Branca, em janeiro de 1953.
A deterioração da situação econômica iraniana foi acompanhada pelo aumento de poderes do primeiro-ministro, que vinha perdendo popularidade. Oponentes políticos foram presos após uma tentativa de assassinato do primeiro-ministro. E sem apoio de militantes islâmicos, que foram fundamentais para a sua eleição, encontrou apoio no Tudeh, o partido comunista.
O pretexto para o golpe foi dado em agosto de 1953, quando Mossadegh conseguiu a dissolução do parlamento em um referendo realizado nos dias 3 e 10, em que obteve 99,99% dos votos. Ele passou a ter poderes absolutos, que foram retirados do xá Mohammad Reza Pahlavi.
Inicialmente, o monarca se opunha a uma ação influenciada pela CIA para retomar o poder, mas acabou sendo convencido.
O xá assinou um decreto real determinando a demissão de Mossadegh e sua substituição pelo general Fazllolah Zahedi. Ao entregar o documento, no dia 15, o coronel Nematollah Nassiri, comandante da Guarda Imperial, foi preso. O primeiro-ministro fora alertado pelo Tudeh, o partido comunista. Violentas manifestações se seguiram e o xá acabou fugindo, inicialmente para o Iraque e depois para a Itália.
Zahedi se escondeu, enquanto forças de segurança leais a Mossadegh prendiam envolvidos na tentativa de golpe. Assumindo ter o controle da situação, determinou a desmobilização dos seus aliados.
A CIA recebeu ordens para se retirar do Irã, mas possivelmente por interferência o MI6 - o serviço secreto britânico - a informação não chegou ao principal agente, Kermit Roosevelt. O governo de Eisenhower chegou a pensar na possibilidade de apoiar Mossadegh. O subsecretario de Estado, Walter Beddell Smith acreditava que o primeiro-ministro não tinha simpatias pela União Soviética e que apoiá-lo poderia ser uma forma de manter os comunistas sob controle.
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Paralelamente, Zahedi encontrou-se com o aiatolá Mohammad Behbahani e outros aliados do xá para montarem novo plano para tirar Mossadegh do poder. Aproveitando recursos da CIA e o descontentamento generalizado causado pela fuga do monarca, o forte sentimento anticomunista e a onda de prisões desencadeada por Mossadegh, capitalizaram esta situação. Behbahani, aproveitando sua influência religiosa, incitou multidões contra o primeiro-ministro.
Forças pró-xá se infiltraram no Tudeh. Como supostos integrantes apontaram que o momento era propício para desencadear uma revolução e tomar o poder. Os comunistas acabaram sendo encorajados. Uma onda de vandalismo e destruição atingiu empresas e lojas, principalmente em Teerã.
O vandalismo foi a gota d’água para outro grupo de forças infiltradas agir. Agentes que apoiavam o monarca estavam dentro de movimentos contrários ao xá e organizaram multidões furiosas de iranianos temerosas do comunismo e insatisfeitas com a violência. Em 19 de agosto, multidões com armas improvisadas foram à caça dos membros do Tudeh.
Foi a senha para Zahedi determinar que o Exército fosse às ruas. Prédios do governo foram tomados com o apoio das multidões. Mossadegh acabou se entregando, após um tanque disparar contra a sua casa. Ele descartou a possibilidade de acionar seus aliados, temendo um banho de sangue.
A ação militar garantiu o retorno do xá ao Irã, que ficou no poder até janeiro de 1979, quando a monarquia foi abolida pela Revolução Islâmica. Mossadegh foi condenado no final de 1953 a três anos de confinamento em uma solitária. Depois de cumprir a pena foi mantido em prisão domiciliar até sua morte, em 1967.
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