Confrontos entre manifestantes e soldados foram retomados ontem no centro do Cairo, perto da sede do Conselho de Ministros e do Parlamento. Manifestantes jogaram pedras contra militares na Rua Qasr al Aini, onde fica o Parlamento, na região da Praça Tahrir.
Ao menos dez pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas durante os distúrbios, que começaram na última sexta-feira.
Segundo a versão digital do jornal estatal Al Ahram, militares e manifestantes entraram em confronto, e o Exército usou canhões de água nas ruas Qasr al Aini e Sheikh Rihan, onde se concentram o Parlamento, o Ministério do Interior e o Conselho de Ministros.
De acordo com o jornal, os confrontos foram retomados quando os soldados transpassaram uma barreira de cimento construída para conter aos manifestantes. Segundo a agência de notícias estatal Mena, o general Mohsen al Fangari, integrante da Junta Militar, disse que o Egito "não vai cair, apesar das tentativas para derrubá-lo". O militar pediu ainda que "não se preste atenção aos rumores que estão tentando destruir o Egito".
Militares
Manifestantes pedem o fim do poder militar instaurado desde a renúncia do ex-ditador Hosni Mubarak, e criticam, em particular, o chefe do exército e chefe de Estado no poder, o marechal Hussein Tantawi.
A Junta Militar acusou os manifestantes pela onda de violência, em um comunicado publicado na sexta-feira. Os confrontos ocorrem em pleno período eleitoral. O Egito realiza eleições legislativas desde o dia 28 de novembro e até janeiro. Por enquanto, os partidos islâmicos estão à frente dos partidos liberais e dos movimentos nascidos da revolução.
Na primeira fase das eleições, a Irmandade Muçulmana acumulou 36% dos votos e os fundamentalistas salafistas, 24%.
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