Três egípcios, dois dos quais são acusados de queimar uma bíblia, serão julgados por insultar a religião cristã, informou nesta terça-feira (25) a agência de notícias oficial Mena.
De acordo com a agência, a Procuradoria decidiu levar à justiça, por "insulto à religião cristã", Ahmed Mohammed Abdallah, conhecido como "Abu Islam", presidente da rede de televisão Al-Omma, seu filho Islam, diretor da mesma rede, e o repórter do jornal independente Al-Tahrir, Hani Yassin Gadallah.
Abu Islam e seu filho são acusados de rasgar e queimar um exemplar da bíblia em frente à embaixada americana durante um protesto contra o filme islamofóbico produzido nos Estados Unidos.
Abu Islam também é acusado de ter insultado a religião cristã em uma entrevista ao jornalista da Al-Tahrir.
Milhares de pessoas, incluindo muitos salafistas, protestaram em 11 de setembro em frente à embaixada dos Estados Unidos no Cairo, após a difusão de trechos do filme "A inocência dos muçulmanos", ofensivo ao Islã, onde o profeta Maomé é retratado como um bandido de práticas desviantes.
Os protestos continuaram em menor número, mas com mais violência, formados por jovens de motivações políticas incertas que entraram em confronto com a polícia esporadicamente.
Muitos coptas (cristãos egípcios) estão preocupados com a possibilidade de o filme aumentar a pressão sobre a sua comunidade, que representa de 6 a 10% dos 82 milhões de egípcios, e que denuncia regularmente discriminação e violência contra seus membros.
O procurador geral do Egito deu entrada na semana passada em ação contra sete coptas egípcios que vivem nos Estados Unidos suspeitos de estarem envolvidos na produção ou distribuição do filme islamofóbico.
Um tribunal também sentenciou um cristão a seis anos de prisão por violar a imagem do profeta Maomé e do presidente Mohamed Mursi no Facebook.
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