Em meio a uma série de protestos, o governo do Chile confirmou, na madrugada deste domingo (20), a morte de três pessoas que estavam dentro de um supermercado da rede Líder –controlado pelo grupo americano Walmart. A loja foi saqueada e incendiada durante as manifestações na capital, Santiago.
A governadora de Santiago, Karla Rubilar, informou pelo Twitter que duas pessoas estavam carbonizadas e a 3ª chegou a ser transportada para um hospital mas não resistiu.
Estes são os protestos mais intensos no país em décadas. Durante as manifestações, 41 estações de metrô de Santiago foram depredadas, 308 pessoas foram presas e 156 policiais e dezenas de civis ficaram feridos. Foram registrados incêndios de ônibus, carros, bancos, sedes de multinacionais como a Enel e saques de lojas e supermercados em várias regiões da capital.
O Governo de Sebastián recorreu ao Exército para tomar o controle da cidade e determinou toque de recolher entre as 22h e 7h.
No aeroporto de Santiago, centenas de pessoas foram impedidas de viajar e tiveram que dormir no chão, aguardando que a programação de voos seja normalizada.
Os protestos começaram contra o aumento do preço do metrô, que ficaram maiores com o passar do tempo. Para conter a revolta, Piñera suspendeu o aumento. Mas os manifestantes protestam também por outros motivos. Exigem mudanças no modelo econômico, para que sejam garantidos o acesso à saúde e à educação, hoje serviços quase completamente privados. Os participantes das manifestações também denunciam a desigualdade social e o baixo valor das aposentadorias.
Neste domingo (20), Piñera concordou que há "boas razões" para protestos, mas apelou para que as manifestações sejam pacíficas. "Ninguém tem direito de agir de forma violenta e delinquente", criticou.