A Espanha, a Alemanha e o Vaticano reconheceram o novo governo do presidente paraguaio Federico Franco, mas nove países já afirmaram que não aceitam a nova administração, informa o site do jornal paraguaio ABC. O governo do México reconheceu que o julgamento político ocorreu de acordo com a Constituição do país mas questionou o tempo que foi dado à defesa do ex-presidente Fernando Lugo.
Segundo o ABC, os governos da Venezuela, Argentina, Cuba, Honduras, Bolívia e Equador já indicaram que não reconhecerão o novo governo. O Peru pediu uma reunião da União das Nações Sul-americanas (Unasul) sobre o caso e o presidente da República Dominicana pediu uma reunião imediata de ministros de Relações Exteriores para "suspender o país dos organismos regionais". O governo de El Salvador declarou que o julgamento de Lugo foi um golpe de Estado.
Vários países, dentre eles o Brasil, o Chile e o Uruguai, ainda analisam a questão e não fizeram declarações formais a respeito. Tendo em vista este cenário, Franco anunciou que iniciaria imediatamente uma ação com os embaixadores paraguaios no exterior para explicar a situação no país. O novo presidente prometeu honrar os compromissos externos do Paraguai.
O novo presidente paraguaio já começou a formar seu gabinete. Na manhã deste sábado foram indicados Carmelo Caballero, que será o ministro do Interior - responsável por manter a segurança doméstica -, e José Félix Estigarribia, novo ministro de Relações Exteriores. À tarde, Franco designou Antonio Arbo como o novo responsável pela pasta de Saúde e Bem-estar Social.
Mas o novo governo também registrou algumas baixas. O ministro da Fazenda, Dionisio Borda, que estava no cargo desde 2008, apresentou sua renúncia e o presidente do Banco Central do Paraguai, Jorge Corvalán, colocou seu cargo à disposição, informam os jornais La Nación e Ultima Hora.
Segundo o jornal ABC, Franco estuda os demais nomes ocupar ministérios e secretarias. "A partir de hoje e nos próximos dias serão definidos os nomes dos principais colaboradores", afirmou Carlos Amarilla, o governador do Departamento Central, que na sexta-feira reuniu-se como Franco.
O presidente paraguaio fez neste sábado uma coletiva de imprensa para meios de comunicação internacionais. Franco afirmou que não houve um golpe de Estado no país nem tampouco desrespeito às instituições, mas sim uma troca das leis vigentes na Constituição, informou o jornal La Nación. De acordo com o jornal, Franco lembrou que o Paraguai é um país grande, independente e livre e pediu a compreensão dos demais membros da Unasul.
Durante a coletiva, Franco disse também que não recebeu um "convite claro" do Mercosul para participar da cúpula do bloco que acontece na Argentina na semana que vem. "Não recebi um convite claro para o governo paraguaio. Entendo a situação. Não vejo porque forçar a situação. Vamos responder no momento certo" afirmou o presidente.
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