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Os chilenos vão às urnas com tranquilidade neste domingo (13) para escolher seu novo presidente e renovar parte de seu Legislativo, em uma eleição que ameaça tirar do poder a hegemônica coalizão de centro-esquerda Concertación, que governa o país desde a queda do ex-ditador Augusto Pinochet, em 1990.

As pesquisas indicam um provável segundo turno entre o candidato governista, o ex-presidente Eduardo Frei, e o concorrente do grupo direitista, o empresário Sebastián Piñera – que aparece como favorito.

A votação foi calma, sem registro de incidentes graves. O canal TVN relatou que um homem idoso teve um ataque cardíaco durante a votação, e outros incidentes menores foram relatados pelo país.

Os três principais candidatos -Piñera, Frei e o independente Marco Enríquez-Ominami- já foram às urnas.

Frei votou e disse que a população não que 'uma volta ao passado ou um salto no escuro', mas mudanças.

Já Piñera disse esperar dias melhores para o país e minimizou as chances de uma união das esquerdas contra ele no segundo turno.

O independente Enríquez-Ominami, por sua vez, disse que é a favor do pacto com as esquerdas, mas "com condições".

A votação no Chile é obrigatória para eleitores registrados, e as urnas ficam abertas das 7h às 16h locais (entre 8h e 17h de Brasília). Os primeiros resultados e estimativas de redes de TV devem sair às 19h locais (20h de Brasília), segundo as agências internacionais.

Sem vitória garantida

"Piñera lidera as pesquisas, mas a direita ainda não ganhou as eleições e sua vitória neste domingo não é uma garantia. Em um segundo turno, muitas coisas poderiam acontecer", disse em entrevista ao G1 antes da votação Pablo Policzer, professor de ciência política da universidade de Calgary, no Canadá, e autor de "The Rise and Fall of Repression in Chile"

Além dos dois grupos clássicos, apareceu nesta campanha um candidato independente, dissidente do Partido Socialista, e que conseguiu agregar aproximadamente 20% das intenções de voto. Marco Enríquez-Ominami virou o ‘nome fenômeno’ destas eleições e, mesmo que não consiga avançar para um segundo turno, seu apoio será fundamental para eleger um dos dois candidatos que passarem.

"Tudo depende da votação que Piñera obterá no primeiro turno. Se ele conseguir uns 45%, sua vitória num segundo turno será muito mais fácil e dependerá mais do próprio Piñera do que do que aconteça com Frei ou com Marco Enríquez. Mas, se ele tiver menos de 45%, aí será importante a atitude dos outros dois", explicou em entrevista ao G1 o cientista político chileno Patrício Navia.

Além de eleger presidente e vice, os chilenos irão renovar a Câmara e metade do Senado. Segundo Navia, em 2006 a Concertación tinha maioria no Senado e na Câmara, mas, durante o governo de Michelle Bachelet, vários senadores e deputados renunciaram aos partidos que integram a coalizão e se aliaram à direita para lhe dar maioria nas Casas.

Segundo as últimas pesquisas, nesta eleição a Concertación tem grandes chances de recuperar a maioria no Senado, mas a futura composição da Câmara ainda é uma incógnita. A certeza é que quem vencer a Presidência terá que negociar.

Apesar da concorrência entre os candidatos, todos parecem ter concordado no sucesso das políticas da presidente Bachelet, que deixa o governo com quase 80% de aprovação - no Chile, não há possibilidade de reeleição. Até Marco Enríquez, que deixou a Concertación, quis embarcar na popularidade da presidente e se disse seu 'herdeiro'. Em grande parte, esse sucesso se deve ao sábio manejo da economia durante a crise.

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