Havana Cuba, Venezuela e Bolívia uniram neste fim de semana suas três revoluções em uma cúpula em Havana chamada "santíssima trindade antiimperialista", em meio a um incendiado clima político na América Latina e ao incômodo de Washington.
Os três presidentes da região mais radicalmente opostos aos Estados Unidos, Fidel Castro, Hugo Chávez e Evo Morales, assinaram no encontro, de sábado, o Tratado Comercial dos Povos (TCP), em alternativa aos TLC promovidos pela Casa Branca. Selando a aliança, Morales somou a Bolívia à Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), um ano depois de Chávez e Fidel assinarem acordos que colocaram em funcionamento a estratégia frente à Área de Livre Comércio das Américas (Alca).
"Agora somos três a defender o povo latino-americano. Três gerações, três revoluções", frisou Morales, que expressou em Havana sua admiração pela sabedoria do avô Fidel Castro e do irmão Hugo Chávez. Uma santíssima trindade revolucionária, segundo o presidente venezuelano. "Construímos a Alba, um novo modelo de integração contra a Alca, contra o imperialismo, contra o capitalismo. E agora o Evo vem aí para somar", frisou Chávez.
A Bolívia sai com as mãos cheias do pacto tripartite, já que a Venezuela que fornece a Havana mais de 90 mil barris diários de petróleo lhe repassará o produto bruto e diesel a partir de um fundo de US$ 100 milhões para o desenvolvimento e 30 milhões em gastos sociais. Já Cuba proporcionará ao país sul-americano médicos e seis centros oftalmológicos e de alfabetização.