A menos de 24 horas do segundo turno da eleição presidencial na Libéria, confrontos em frente à sede do principal partido de oposição deixaram pelo menos três mortos durante um tiroteio. Manifestantes contrários à reeleição da presidente Ellen Johnson Sirleaf, ganhadora do Nobel da Paz deste ano, saíram às ruas depois que seu rival, Winston Tubman, disse que vai boicotar a votação desta terça-feira (8).

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Tubman pediu que seus aliados também não vão às urnas, alegando que fraudes poderão favorecer a presidente. Uma repórter da rede árabe al-Jazeera, que está em Monróvia, disse ter visto corpos de três homens que teriam sido mortos pela polícia durante os protestos.

Segundo testemunhas, um integrante do partido oposicionista Congresso para a Mudança Democrática (CDC, na sigla em inglês) teria disparado, levando a polícia a abrir fogo. Policiais também usaram gás lacrimogêneo para tentar conter os manifestantes, que teriam atirado pedras contra os agentes.

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De acordo com a al-Jazeera, a Organização das Nações Unidas (ONU) mandou blindados e soldados para o local do confronto. Manifestantes teriam atacado um veículo da ONU, que mantêm tropas no país na tentativa de garantir a frágil estabilidade. Diversas pessoas ficaram feridas, entre elas alguns policiais.

Os manifestantes, que gritavam "queremos justiça, queremos liberdade", planejavam uma marcha para a noite desta segunda-feira. Mas, segundo a polícia, o protesto não foi autorizado e será impedido.

O líder do CDC ficou em segundo lugar no primeiro turno das eleições, realizado dias após o anúncio do Nobel para Ellen. Após a votação, ele denunciou que irregularidades teriam beneficiado a presidente.

O pleito é o primeiro organizado pelo país desde o fim da guerra civil que, entre 1989 e 2003, matou quase 250 mil pessoas. Ellen se tornou em 2005 a primeira mulher eleita chefe de Estado na África.