Jornalistas são fotografados perto de van atingida por tiros, em Cabul| Foto: AFP PHOTO /Daud YARDOST

Talibãs fortemente armados lançaram nesta terça-feira ataques coordenados contra o quartel-general da Otan e a embaixada americana em Cabul, matando treze pessoas, incluindo seis rebeldes, segundo registros desencontrados e ainda não confirmados.

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Os combates no centro da cidade, iniciados por volta das 13h30 (06h00 de Brasília) eram travados até o início da noite entre as forças afegãs e as da Otan contra vários agressores fortemente armados, usando lança-foguetes e morteiros.

Os terroristas estavam entrincheirados no alto de um prédio em construção, próximo à entrada do quartel-general dos Serviços Afegãos de Inteligência (NDS) e a cerca de 500 m de lá, no vasto complexo da Isaf, vizinho da embaixada dos Estados Unidos.

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"A área ainda não está limpa. A polícia vasculha o prédio, um ou dois agressores ainda estão vivos" e "jogam granadas", declarou pouco antes da meia-noite à AFP Siddiq Siddiqi, porta-voz do Ministério do Interior que estava no local.

Os policiais, com a ajuda de binóculos de visão noturna, são "muito prudentes" para "evitar qualquer perda", acrescentou.

Antes, helicópteros do Exército afegão abriram fogo contra o prédio, indicou um jornalista da AFP no local.

Rebeldes em separado também tentaram atingir postos policiais em algumas das partes mais protegidas da capital. Segundo fontes afegãs, os atacantes eram homens-bomba.

Esses ataques coordenados são os mais bem organizados por parte dos talibãs em sua campanha para tentar derrotar o governo de Cabul e as forças ocidentais aliadas. A ação aplica um duro golpe no governo e na Otan, pois evidencia falhas na segurança na capital.

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A embaixada americana em Cabul - uma das maiores missões diplomáticas e uma das mais bem protegidas do mundo - confirmou apenas "um ataque nos arredores".

"Não há vítimas entre o pessoal da embaixada", declarou ainda o porta-voz Kerri Hannan, em um e-mail sem maiores detalhes.

Um funcionário do Ministério do Interior afegão, falando sob a condição de anonimato, informou que quatro policiais e dois civis foram mortos.

Os registros indicam até o momento três policiais e quatro civis mortos, além de nove policiais e 10 civis feridos nos ataques, indicou Siddiqi.

A Otan confirmou que um "pequeno grupo de insurgentes havia atacado nas imediações da embaixada americana e do QG da Isaf".

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Disparos de armas leves e "disparos indiretos" (foguete ou morteiro) foram efetuados e causaram "danos menores, mas nenhuma vítima" no interior do complexo da Isaf, declarou à AFP um porta-voz da Isaf, tenente-coronel Jimmie Cummings.

Três pessoas que solicitavam vistos e um guarda, todos afegãos, ficaram feridos na embaixada americana, indicou Kerri Hannan, porta-voz da embaixada, sem apresentar maiores detalhes.

À tarde, dois outros terroristas suicidas foram mortos nas imediações de dois postos de polícia no oeste de Cabul, a alguns quilômetros do centro da cidade. Eles explodiram, matando um policial e ferindo três civis e um policial, segundo a Polícia.

Um suicida, carregando sete quilos de explosivos, também foi abatido pela polícia na estrada que leva ao aeroporto de Cabul, acrescentou a corporação.

A Isaf confirmou seu apoio aéreo, apesar de o chefe da Otan, Anders Fogh Rasmussen, ter declarado sua confiança de que as forças afegãs - que oficialmente são responsáveis pela segurança na capital - seriam capazes de controlar a situação.

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Um porta-voz do talibã enviou uma mensagem de texto à AFP afirmando que os alvos eram o quartel-general da Isaf, a embaixada americana e a agência de segurança afegã (NDS), além de outros lugares "sensíveis" do governo.

"Hoje, a uma hora em Cabul, foi desencadeado nos arredores de Abdul Haq, em Cabul, um ataque suicida em massa contra instalações da inteligência local e estrangeira", escreveu Zabiullah Mujahid na mensagem.

"Eu estava em minha loja quando, de repente, ouvi uma explosão. E depois começou o tiroteio", contou um comerciante local. "As pessoas começaram a correr. Tive que abandonar minha loja e procurar um local seguro", acrescentou.

O presidente Hamid Karzai insistiu que os ataques não abalarão o processo de transição e, ao contrário, fortalecerão "a determinação do povo em assumir a responsabilidade dos próprios assuntos do país".

A secretária de Estado americana Hillary Clinton também assegurou que os Estados Unidos não se deixarão intimidar pelo "covarde ataque" contra a embaixada em Cabul.

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"Os funcionários da embaixada não serão intimidados por este tipo de ataque covarde. Permaneceremos vigilantes, mas vamos continuar trabalhando neste país, com um compromisso ainda mais forte", ressaltou a chefe da diplomacia americana.