Um tribunal de cassação da Argentina confirmou nesta quarta-feira um processo contra a vice-presidente, Cristina Kirchner, pelo suposto uso irregular de aeronaves oficiais durante seu mandato como presidente (2007-2015).
Especificamente, a Câmara Criminal e Correcional Federal reafirmou a acusação feita por um tribunal de primeira instância, que a responsabilizou pelo crime de peculato (apropriação indevida de patrimônio público), por supostamente utilizar aviões oficiais para transportar móveis para equipar hotéis da família Kirchner na cidade turística de El Calafate, no sul do país.
Embora em novembro de 2019 a mesma câmara já tivesse confirmado a acusação, em 26 de maio deste ano a Câmara Federal de Cassação Penal decidiu anulá-la para que uma nova decisão fosse proferida pelo tribunal.
A decisão divulgada nesta quarta-feira foi aprovada por maioria pelos juízes Leopolgo Bruglia e Pablo Bertuzzi, que, como aconteceu na instância anterior, excluíram como crime o fato de os aviões serem usados para transportar jornais - considerando que eram elementos ligados a suas funções como chefe de Estado - e ratificaram a falta de mérito na acusação contra o então secretário da presidência e hoje senador Oscar Parrilli.
O terceiro juiz do tribunal, Mariano Llorens, havia sugerido que fosse analisado se deveria ser aberto um julgamento político contra a vice-presidente, que é a presidente do Senado, para que fosse detida, mas sua sugestão não foi acatada.
Em março de 2019, o juiz de primeira instância Claudio Bonadio - falecido em fevereiro de 2020 - havia indiciado Cristina e Parrilli pelo suposto uso dos aviões presidenciais para levar jornais à ex-presidente e ao falecido ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) quando estavam nas cidades de Río Gallegos e El Calafate, na província de Santa Cruz.
Além disso, foram acusados de ter usado o avião Tango 01 em várias ocasiões para transportar móveis e outros objetos procedentes do exterior, cujo destino final presumido era um dos hotéis em El Calafate de propriedade dos Kirchner.
A confirmação desta acusação, que se soma a outros processos abertos contra a ex-presidente, ocorre na reta final do julgamento que Cristina enfrenta por suposta corrupção durante seu mandato presidencial, no qual um procurador pediu que cumprisse 12 anos de prisão pelos supostos crimes de associação ilícita e administração fraudulenta de fundos públicos.
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