O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela declarou inadmissível nesta quarta-feira (7) a impugnação da eleição presidencial de abril exigida pelo ex-candidato da oposição Henrique Capriles.
O jovem político não aceitou os resultados oficiais que deram vitória ao presidente Nicolás Maduro por 1,5 ponto percentual e pediu uma recontagem que não foi cumprida totalmente, para, em seguida, apresentar um pedido de impugnação de todo o processo eleitoral.
Mas o TSJ, a mais alta instância judicial do país, declarou inadmissível "por unanimidade" os 10 recursos interpostos para anular a eleição de 14 de abril ao considerar que não foram explicados em detalhes os fatos nos quais teriam sido registradas irregularidades.
"É inadmissível o recurso contencioso eleitoral tentado ... uma vez que a parte reclamante não mencionou o fragmento ao qual solicita a impugnação, nem entregou documentos indispensáveis", disse a presidente do TSJ, Gladys Gutierrez.
Após a eleição de abril, antecipada pela morte de Hugo Chávez, ao menos oito pessoas morreram na violência relacionada à política e uma dezena de deputados ficou ferida, apimentando a convivência já tensa entre partidários de Chávez e da oposição.
No entanto, apesar das alegações de fraude lançadas pela oposição, as águas se acalmaram e após o apoio dos países da região, Maduro assumiu o comando de um país que detém as maiores reservas de petróleo do mundo.
Mas a inflação elevada, a desaceleração econômica e a criminalidade que não dão trégua aos 29 milhões de venezuelanos têm minando os quase quatro meses de Maduro no poder, a tal ponto que a maioria das últimas pesquisas mostra que Capriles superaria Maduro se houvesse uma nova eleição.
Na terça-feira, Capriles, que é governador do Estado de Miranda, também disse que não iria esperar mais pela resposta do TSJ e que levaria sua reclamação a organismos internacionais.
"Senhores juízes, os senhores deixaram sem defesa mais da metade dos venezuelanos. Não permitiram o acesso aos arquivos. Não vamos mais esperar pelos senhores. Esse é o tribunal do governo, mas nós temos o direito de acudir a organismos internacionais", disse ele em seu programa semanal na Internet.