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Decreto de Necessidade e Urgência (DNU)

Tribunal de apelações da Argentina declara inconstitucional reforma trabalhista de Milei

Javier Milei, presidente da Argentina, busca realizar uma grande reforma de Estado no país, mas encontra obstáculos no Congresso e na justiça (Foto: EFE/ Enrique García Medina)

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A Câmara Nacional de Apelações do Trabalho da Argentina declarou nesta terça-feira (30) inválida a reforma trabalhista incluída pelo presidente do país, Javier Milei, em seu Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que ele assinou em dezembro, poucos dias após o início de seu governo, e que é rejeitada pelos sindicatos.

O órgão concluiu pela invalidade constitucional dos artigos referentes a questões trabalhistas no DNU assinado por Milei no dia 20 de dezembro, dez dias depois de assumir o cargo.

Na decisão, à qual a Agência EFE teve acesso, o tribunal considerou que os pontos defendidos por Milei são contrários às disposições da Constituição em relação ao alcance do Poder Executivo de emitir decretos.

Entretanto, o órgão esclareceu que os artigos sobre questões trabalhistas no decreto terão validade formal se o Parlamento argentino os ratificar dentro do período das sessões extraordinárias em curso, "ou sua validade cessará de pleno direito se isso não acontecer".

A decisão acata recurso de proteção contra a reforma apresentado pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior confederação de trabalhadores do país, que entrou em greve geral em 24 de janeiro e cujos líderes militam, em sua maioria, na oposição peronista.

O decreto inclui mudanças no julgamento de causas trabalhistas, a extensão dos períodos de experiência nas empresas e a redução da licença-maternidade, entre outras medidas.

Além disso, a reforma trabalhista também inclui uma redução nas contribuições para fundos rescisórios, nas indenizações por demissão e nas multas por registro inadequado de trabalhadores.

Esse é um novo revés para o presidente argentino às vésperas da análise no Parlamento do Projeto de Lei Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, conhecida como "Lei Omnibus", apresentado pelo Executivo e que foi reduzido a pouco mais de 300 artigos dos 664 iniciais, depois de negociações com blocos políticos em busca de apoio.

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