Sede do TPI, em Haia, na Holanda: um dos processos seria relativo à deportação forçada de crianças e adolescentes para território russo e o outro sobre ataques intencionais à infraestrutura civil ucraniana| Foto: Wikimedia Commons
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O Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, na Holanda, deve abrir nos próximos dias dois processos por supostos crimes de guerra praticados pela Rússia na guerra da Ucrânia.

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Segundo fontes ouvidas pelo New York Times e pela agência Reuters, um dos processos seria relativo à deportação forçada de crianças e adolescentes ucranianos para território russo e o outro sobre ataques intencionais à infraestrutura civil do país invadido, especialmente o sistema elétrico.

A promotoria do TPI não confirmou o pedido de abertura dos dois processos, porque não comenta publicamente detalhes de investigações em andamento.

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Também não se sabe quais funcionários russos seriam acusados nesses processos, mas o presidente Vladimir Putin pode ser um deles, já que a corte de Haia não reconhece imunidade para chefes de Estado em casos envolvendo crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio.

Entretanto, é difícil que ocorra um julgamento, já que a Rússia precisaria entregar funcionários do seu próprio governo – o TPI não julga casos à revelia. O Ministério da Defesa russo não se pronunciou sobre o assunto.

Konstantin Kosachyov, vice-presidente do Senado da Rússia, disse que o TPI não tem jurisdição sobre o país porque Moscou, signatária da fundação da corte em 2000, retirou seu apoio a ela em 2016, por entender que “o tribunal não justificou as esperanças colocadas sobre ele”.

Essa medida foi tomada dias depois do TPI considerar que a tomada da península ucraniana da Crimeia pela Rússia em 2014 havia sido uma ocupação. “O TPI é um instrumento do neocolonialismo nas mãos do Ocidente”, alegou Kosachyov.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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