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Fundador do Wikileaks

Tribunal de Londres adia decisão sobre extradição de Assange para os EUA

Apoiadores de Julian Assange protestaram em frente ao Royal Courts of Justice em Londres, nesta terça (26) (Foto: EFE/EPA/NEIL HALL)

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O Tribunal Superior de Londres decidiu nesta terça-feira (26) adiar a decisão sobre o recurso apresentado no caso do jornalista australiano Julian Assange, o que impede que o fundador do portal WikiLeaks seja extraditado imediatamente para os Estados Unidos.

Os juízes Victoria Sharp e Adam Johnson, que avaliaram os argumentos das partes durante várias semanas, consideraram que um eventual recurso de Assange poderia ter sucesso parcial, razão pela qual permitiram ao governo americano a oportunidade de “oferecer garantias” contra esses argumentos.

Na decisão, o tribunal deu aos EUA três semanas para fornecer garantias satisfatórias de que Assange poderá invocar em sua defesa a Primeira Emenda da Constituição americana, relativa à proteção da liberdade de expressão. Serão também necessárias garantias de que o australiano não será prejudicado no julgamento devido à sua nacionalidade, de que lhe serão concedidas as mesmas proteções da Primeira Emenda a um cidadão dos EUA e de que não será sentenciado à pena de morte.

Se estas garantias não forem dadas, então Assange terá permissão para recorrer; mas se forem oferecidas, as partes terão a oportunidade de apresentar mais observações em uma audiência em 20 de maio, a fim de tomar uma decisão sobre a possibilidade de recurso.

Os EUA pedem a extradição de Assange por 18 crimes de espionagem e intrusão informática, após a divulgação de conteúdos considerados "sensíveis" em seu portal, que entre 2010 e 2011 revelaram supostos crimes de guerra dos EUA no Iraque e no Afeganistão.

Segundo a defesa de Assange, estes crimes são puníveis com 175 anos de prisão nos Estados Unidos.

Assange foi preso pela primeira vez em 2010 a pedido da Suécia por um caso que já foi arquivado, mas em 2012 refugiou-se na embaixada do Equador em Londres, até ser detido em 2019 pela polícia britânica, após o país sul-americano retirar seu status de asilo, e desde então encontra-se na prisão de Belmarsh, nos arredores de Londres.

Stella Assange, esposa do fundador do WikiLeaks, mostrou-se indignada com o anúncio que classificou como “chocante” do Tribunal Superior de Justiça de Londres. Assim que foi confirmada a decisão, Stella Assange considerou que o caso é “uma vergonha para qualquer país democrático”.

“Julian não deveria ter ficado na prisão um único dia”, disse a esposa de Assange à imprensa após deixar o tribunal.

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