Um tribunal administrativo do Cairo proibiu nesta terça-feira (27) a Junta Militar do Egito de fazer testes de virgindade em mulheres presas em casas de detenção militares, informaram a Agência Efe fontes dos serviços de segurança.

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A decisão da Justiça ocorreu após a denúncia apresentada contra o Conselho Supremo das Forças Armadas por Samira Ibrahim e Maha Mohammed Maamoun.

As duas jovens foram detidas em março por participarem das manifestações e, durante o período de detenção, sua virgindade foi examinada por médicos militares.

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No lado de fora do tribunal, situado em Giza, dezenas de pessoas estavam reunidas para apoiar as jovens.

Depois da divulgação da sentença, pessoas presentes à sessão no interior do juizado gritaram "Viva a Justiça" e "O povo quis e venceu".

O episódio dos testes de virgindade em presas há nove meses na Praça Tahrir da capital egípcia ganhou grande repercussão midiática e internacional.

A organização Anistia Internacional publicou testemunhos de detidas que relataram o ocorrido após a desocupação pelos soldados da Praça Tahrir em 9 de março, um dia depois do Dia Internacional da Mulher.

Segundo a Anistia Internacional, 18 mulheres foram detidas, agredidas e submetidas a descargas elétricas. Outras 17 foram obrigadas a submeterem-se a testes de virgindade diante da acusação de prostituição.

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Não há número exato, mas a AI relatou que várias mulheres foram condenadas a sentenças agora suspensas de um ano de prisão por supostos delitos como destruição da propriedade, obstrução do trânsito, posse de armas e alteração da ordem pública.

Em declarações à TV americana "CNN", um general egípcio - que falou sob a condição de anonimato - reconheceu as práticas e as considerou justificadas.

Essas mulheres "não são como sua filha ou a minha, mas moças que dividem tendas de campanha com homens", declarou o general, quem acrescentou que os testes foram feitos para que mais tarde não pudessem acusar os militares de estupro.