Esta segunda-feira (22) marca uma nova fase do primeiro julgamento criminal do ex-presidente Donald Trump (2017-2021), que acontece em Nova York, quando serão ouvidas testemunhas e os argumentos acusatórios contra o republicano no caso que envolve a suposta compra de silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels.
Trump é acusado de esconder pagamentos que fez à Daniels por seu silêncio em um suposto caso extraconjugal que tiveram há dez anos. O ex-mandatário responde a 34 acusações de que teria fraudado registros das suas empresas para ocultar um pagamento de US$ 130 mil (R$ 660 mil) à ex-atriz pornô, para que ela não revelasse à mídia o suposto relacionamento durante a campanha de 2016, que poderia atrapalhar sua candidatura. Trump sempre negou a relação.
Na entrada do tribunal, nesta manhã, o republicano voltou a classificar o caso como uma "clara interferência eleitoral", visto que ele é o favorito a concorrer à presidência pelo Partido Republicano em novembro.
O júri, composto por 12 pessoas, começou a ouvir os argumentos dos promotores que apresentaram a denúncia contra o ex-presidente.
A promotoria alega que a despesa que o político teve na época era, na verdade, um gasto de campanha que Trump escondeu, motivo pela qual deve ser julgado. O pagamento foi feito pelo ex-advogado do republicano Michael Cohen, que agora apresenta argumentos contra o ex-presidente.
Durante manifestação ao júri, o promotor Matthew Colangelo classificou o caso como uma "conspiração de fraude". Segundo ele, "o réu, Donald Trump, orquestrou um esquema criminoso para corromper as eleições presidenciais de 2016".
De acordo com a emissora NBC, o juiz Juan Merchan pediu aos jurados que não lessem ou ouvissem quaisquer relatos do caso na imprensa. Ele também disse aos jurados que não realizassem pesquisas sobre o caso na biblioteca, pela internet ou em qualquer outra fonte de notícias, enfatizando que as decisões tomadas "deveriam ser baseadas exclusivamente nas provas apresentadas no tribunal". Este é o primeiro de quatro julgamentos criminais que Trump enfrenta como réu.
O julgamento, que entra em sua segunda nesta semana, contou com um pequeno grupo de manifestantes contrários ao ex-mandatário, que protestava na entrada do tribunal aos gritos de "ninguém está acima da lei".
Minutos antes do início, Trump havia decidido não responder a algumas das perguntas dos jornalistas sobre o paradeiro de sua esposa, Melania Trump, que esteve ausente nos dias anteriores e raramente foi vista ao seu lado nos últimos meses.
Nessa fase de alegações iniciais, o juiz responsável, Merchán, informou que a sessão de hoje terminará antes das 14h (horário local, 15h de Brasília), como previsto, devido a uma emergência médica de um jurado suplente.
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