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Tribunal romeno pede recontagem de votação presidencial vencida por candidato pró-Rússia
Calin Georgescu é um crítico da Otan e pró-Rússia| Foto: EFE/EPA/ROBERT GHEMENT

A Corte Constitucional da Romênia pediu nesta quinta-feira (28) ao Gabinete Eleitoral Central (BEC) a recontagem dos votos do primeiro turno das eleições presidenciais, vencidas pelo candidato pró-Rússia Calin Georgescu.

O portal Digi24 acrescentou que a Corte Constitucional adiou de hoje para sexta-feira (29) a sessão em que pretende tratar dois recursos que pedem a anulação dos resultados.

O tribunal solicitou também informações adicionais sobre possíveis irregularidades no financiamento da campanha de Georgescu, que declarou oficialmente não ter gasto fundos na sua promoção eleitoral, apesar de realizar uma intensa atividade eleitoral nas redes sociais.

A decisão de repetir a contagem dos 9,4 milhões de votos emitidos no último domingo (24) é inédita e pode afetar também os candidatos que irão disputar o segundo turno e a própria data das eleições.

Além de Georgescu, que obteve quase 23% dos votos, a candidata pró-Europa Elena Lasconi passou ao segundo turno com 19%, mas com apenas 2.740 votos de diferença sobre Marcel Ciolacu, atual primeiro-ministro e líder do Partido Social Democrata (PSD).

Ciolacu já anunciou sua renúncia ao cargo de líder social-democrata após ficar de fora do segundo turno.

O presidente da Autoridade Eleitoral Permanente (AEP), Toni Grebla, lembrou também à agência de notícias Agerpres que a campanha para o segundo turno terá início depois de a Corte Constitucional validar os dois candidatos mais votados.

Isso significa que o segundo turno, inicialmente marcado para 8 de dezembro, será realizado em outra data assim que os dois candidatos forem validados após a nova apuração.

Em relação aos recursos de anulação, um deles, apresentado pelo candidato presidencial Cristian Vasile Terheș, argumenta que o processo eleitoral foi assolado por irregularidades, incluindo falta de transparência no financiamento da campanha e possíveis interferências externas.

Um segundo recurso foi rejeitado por ter sido apresentado fora do prazo, segundo o jornal Adevarul.

Tanto Lasconi como Ilie Bolojan, líder interino do PNL, o maior partido de centro-direita, instaram a Corte Constitucional a agir com máxima responsabilidade e exigiram o voto popular fosse respeitado.

Segundo os dois políticos, ignorar os resultados legítimos poderia gerar uma grave crise de confiança nas instituições democráticas do país.

Nas últimas horas, se redobraram as acusações contra Georgescu para que explique como financiou sua campanha, com o temor de uma possível interferência russa devido ao seu discurso contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a União Europeia (UE).

Investigação

Nesta quinta-feira, a Autoridade Eleitoral Permanente pediu ao Ministério Público que investigasse Georgescu devido a suspeitas de que não revelou despesas ou contribuições para sua campanha.

Georgescu declarou à AEP que não teve nenhuma contribuição nem quaisquer despesas.

“É uma situação que merece uma investigação detalhada, pois contraria a dinâmica habitual das campanhas eleitorais”, afirmou o presidente da AEP, Toni Grebla.

A AEP revelou na quarta-feira (27) que as despesas dos candidatos presidenciais e as despesas inexistentes de Georgescu contrastam com os mais de 3 milhões de euros investidos por Lasconi.

Enquanto isso, o presidente em fim de mandato, Klaus Iohannis, convocou uma reunião urgente do Conselho Supremo de Defesa (CSAT) do país para investigar se os ataques cibernéticos, possivelmente orquestrados por intervenientes externos, poderiam ter influenciado o processo eleitoral.

Conteúdo editado por:John Lucas
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