A nave russa Soyuz, com três tripulantes, atracou nesta quarta-feira sem incidentes na Estação Espacial Internacional, para alívio das agências espaciais que temiam a hipótese de que o complexo orbital ficasse desocupado pela primeira vez em uma década.
Esse foi o primeiro voo da Soyuz desde que a Nasa aposentou sua frota de ônibus espaciais, em meados do ano. Ele contribui para restaurar o moral do programa espacial russo após uma série de incidentes recentes - como a perda de uma sonda que deveria explorar os arredores de Marte.
Sem as naves da Nasa, a Soyuz se torna o único meio de transporte de bens e pessoas para a Estação Espacial, um projeto que envolve 16 nações e custou 100 bilhões de dólares.
Caso a atual missão não desse certo, a atual tripulação da Estação precisaria voltar à Terra em uma nave reserva, deixando o complexo desabitado.
Mas a nave Soyuz TMA-22 chegou à Estação minutos antes do previsto, às 3h24 (hora de Brasília), após dois dias de viagem em condições de aperto, depois do lançamento da base de Baikonur, no Cazaquistão. A acoplagem aconteceu cerca de 400 quilômetros acima do oceano Pacífico.
O veterano astronauta da Nasa Daniel Burbank, de 50 anos, assumirá o comando da Estação. Seus colegas russos Anton Shkaplerov, de 39 anos, e Anatoly Ivanishin, de 42, são novatos no espaço.
"Estamos ótimos, não houve problema algum. Estamos agora voando sobre a Austrália. A vista é de tirar o fôlego", disse Shkaplerov num contato por vídeo com a sua família, que estava no centro de comando da missão, em Moscou.
A TV da Nasa mostrou o norte-americano Mike Fossum, o japonês Satoshi Furukawa e o russo Sergei Volkov, atuais tripulantes da Estação, sorrindo para os recém-chegados através da escotilha.
A missão deveria ter sido realizada em setembro, mas foi adiada por razões de segurança, depois que a nave russa não-tripulada Progress apresentou um defeito na atmosfera, em agosto.
A Estação voltará a ter seis tripulantes, sua ocupação máxima, até o final deste mês, quando os três habitantes anteriores voltarão à Terra. Outros três astronautas chegarão para completar a ocupação no final de dezembro.
Uma série de fracassos espaciais maculou neste ano a celebração pela Rússia dos 50 anos do voo pioneiro de Yuri Gagarin ao espaço. Os contratempos também indicam dificuldades mais profundas no programa espacial russo, que passou por crises financeiras nos últimos anos.
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