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Houston (Reuters) – Os astronautas do Discovery fizeram restrições sobre a arriscada caminhada espacial para consertar a frágil barriga da nave, mas aceitaram a missão porque ela parecia relativamente simples, disseram tripulantes do ônibus espacial ontem. Steve Robinson entrará hoje para a história ao se aventurar até a parte de baixo da nave com o objetivo de tentar retirar duas tiras que estão se soltando do vão entre as importantes placas antitérmicas. "Como a maioria dos reparos, é conceitualmente muito simples, mas precisa ser feito de forma muito cuidadosa", disse Robinson durante entrevista coletiva concedida no espaço.

Apesar de as tiras serem pequenas, a Nasa teme que sua posição cause alterações na aerodinâmica e provoque um grave superaquecimento quando do retorno da nave à atmosfera, em 8 de agosto.

O principal problema é que as placas, capazes de suportar temperaturas infernais, se quebram facilmente caso sejam tocadas. Robinson já fez duas caminhadas espaciais nesta missão, ambas ao lado do japonês Soichi Noguchi.

O superaquecimento na volta à atmosfera já foi a causa do acidente do Columbia, que matou sete astronautas. O defeito foi provocado pela queda de um pedaço de espuma isolante do tanque de combustível, durante a decolagem, que abriu um buraco em uma das asas. Depois do acidente com o Columbia, a Nasa gastou mais de US$ 1 bilhão para melhorar a segurança da nave e para construir um equipamento que permita inspecioná-la quando ela estiver em órbita.

Os tripulantes do Discovery inicialmente relutaram em fazer o conserto, mas mudaram de idéia ao verem que a tarefa parece simples. "Acho que alguns de nós tínhamos restrições. Estamos preocupados com a implicação disso e o que estava motivando (o problema)", disse o australiano Andy Thomas.

Robinson disse que sua maior preocupação será não tocar nas placas com seu capacete. "As placas, como sabemos, são frágeis, e um tripulante lá fora tem uma massa bastante grande", disse Robinson. "Acho que vamos acompanhar mais atentamente o meu capacete, porque estarei me inclinando na direção da nave."

O Discovery está atracado à Estação Espacial Internacional, a 352 quilômetros de altura sobre a Terra. O conserto foi incluído em uma missão já prevista para Robinson, a de instalar uma plataforma de armazenamento na estação.

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