Unicef adverte sobre sequestros de crianças no Haiti| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters
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Alimentos não são suficientes para atender todos os famintos haitianos
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As tropas brasileiras em missão de paz no Haiti já colocaram seu serviço de inteligência em operação para recapturar bandidos que fugiram da prisão durante o terremoto de 12 de janeiro.

Segundo o governo local, aproximadamente 3 mil criminosos voltaram às ruas após o presídio em que estavam detidos ter vindo abaixo.

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"A inteligência brasileira já está trabalhando na localização desses fugitivos", disse o coronel Alan Sampaio Santos.

"Estamos nos preparando para prendê-los logo após esse primeiro momento emergencial (recuperação de corpos e ajuda humanitária às vítimas do sismo)", acrescentou.

O forte tremor sentido há exatos 10 dias no país pode ter atingido 3 milhões de pessoas. O desastre dizimou a maior parte da capital Porto Príncipe, matando entre 100 mil e 200 mil pessoas, e deixando outros milhares feridos e desabrigados.

O Brasil chefia a missão de paz no Haiti (Minustah) e, desde 2004, provém a segurança local junto à Polícia Nacional Haitiana (PNH).

Acontece que a PNH viu-se completamente desmobilizada após o terremoto. Diversos policiais--com pouco ou quase nenhum treinamento--perderam familiares nos desabamentos.

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O comando brasileiro da Minustah nega recrudescimento da violência nos últimos dez dias e reage a relatos da imprensa, sobretudo internacional, dando conta de que alguns dos criminosos fugitivos haviam se reorganizado em gangues e tomado o controle de Cité Soleil, a maior favela haitiana. Lá, 250 mil pessoas vivem em condições desumanas de existência.

Os saques a supermercados destruídos pelos tremores fizeram aumentar a sensação de deterioração da violência, mas um soldado da polícia civil disse à Reuters que esses episódios dificilmente são praticados por bandidos, e sim por pesssoas famintas na busca desesperada de comida.

O Brasil está especialmente empenhado em impedir uma escalada da violência, já que não deseja ver quase seis anos de trabalho também soterrados pelo terremoto.

Mas com ou sem guarda civil organizada, tem havido baixas na legião de presos foragidos. Sete deles já teriam sido assassinados pela população, disse o coronel.

No início desta semana, o corpo de um homem queimava na calçada de uma rua enquanto moradores atiravam no cadáver toda sorte de pedras, garrafas plásticas e sucatas. Questionado sobre o motivo da raiva, um haitiano respondeu, apontando o dedo indicador: "Ele era um criminoso."

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