Sanaa - As forças de segurança do Iêmen atiraram ontem contra manifestantes, matando 17 pessoas e ferindo dezenas na cidade de Taez, ao sul da capital, Sanaa. Outro manifestante foi morto em Hudaida.
Os manifestantes protestam contra o governo, exigindo a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, que governa o país há 32 anos. Depois de dar sinais de que poderia deixar o cargo, o presidente descartou ontem a renúncia. "Nós ficaremos firmes como montanhas", diss e a líderes tribais que o apoiam.
Ocorreram protestos de apoio aos manifestantes de Taez em outras cidades iemenitas, como Hudaida e Sanaa. A polícia e francoatiradores também dispararam contra os manifestantes nessas cidades, matando pelo menos 1 pessoa e ferindo várias outras em Hudaida, afirmaram médicos.
No domingo, a oposição afirmou em comunicado que Saleh deve deixar o cargo e entregar o poder a seu vice, que assumiria como interino para assegurar uma transição de poder. Saleh é um aliado estratégico dos Estados Unidos na luta contra a rede terrorista Al-Qaeda.
Cerca de 100 pessoas já morreram nos protestos no Iêmen, um país localizado na Península Arábica, segundo grupos pelos direitos humanos. As monarquias do Golfo Pérsico buscam negociar um meio de acabar com o impasse entre o governo e a oposição do Iêmen, por meio do Conselho de Cooperação do Golfo, que reúne Kuwait, Omã, Catar, e Emirados Árabes, além do próprio Iêmen.
Os manifestantes afirmam que não aceitam nada menos que a partida de Saleh e das principais figuras do regime.
Também ontem, soldados do exército que passaram a apoiar os manifestantes impediram que a polícia derrubasse barricadas montadas pelos manifestantes no centro de Sanaa.
Os protestos no Iêmen começaram no final de janeiro, mas se intensificaram após 18 de março, quando franco-atiradores sob as ordens de Saleh mataram 52 manifestantes no centro de Sanaa.
Pelo menos 97 pessoas foram mortas desde o começo das manifestações.