Tropas egípcias entraram em confronto nesta segunda-feira com um grupo de manifestantes que estava acampado na Praça Tahrir, no Cairo, expulsando-os do local. O objetivo do grupo era fazer pressão para acelerar o processo judicial contra os responsáveis pelas mortes ocorridas durante o levante que derrubou o ex-presidente Hosni Mubarak.

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Os confrontos tiveram início depois que as tropas derrubaram as barracas dos manifestantes na praça, disseram testemunhas. Não há relatos sobre feridos ou detenções. Os soldados, apoiados por veículos blindados e centenas de policiais antidistúrbio, usaram cassetetes para liberar a praça depois que manifestantes ignoraram os pedidos dos alto-falantes para deixar o lugar. Os policiais militares dispararam para o ar e os manifestantes jogaram pedras contra eles.

A operação colocou fim a quase um mês de manifestações diárias na praça que foi o local de nascimento dos 18 dias de levante que derrubou Mubarak em fevereiro. Várias centenas de manifestantes haviam reconstruído o acampamento na praça em 8 de julho para renovar a pressão aos militares que governam o país para que julguem rapidamente Mubarak e outros integrantes de seu governo.

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Após a operação do Exército, o tráfego de veículos retornou ao local, no coração da capital, após semanas de interrupção.

Os confrontos desta segunda-feira aconteceram depois que um pequeno grupo de manifestantes decidiu manter o acampamento na Praça Tahrir, embora a maior parte tenha decidido encerrar o protesto por causa do início do mês sagrado do Ramadã, quando devotos muçulmanos se abstêm de comida, bebida, cigarros e sexo do amanhecer até o pôr-do-sol.

Após os confrontos, o meio da praça ficou coberto de objetos pessoais dos manifestantes e restos de barracas. Muitos dos que permaneciam na praça eram parentes dos cerca de 850 manifestantes mortos durante o levante. Os parentes e outros manifestantes queriam continuam o protesto até Mubarak comparecer à primeira audiência de seu julgamento, marcada para quarta-feira. Outros, queriam permanecer no local até que todas as exigências fossem atendidas.

Mubarak, seu chefe de segurança e seis importantes políticos podem ser condenados à penas de morte por terem ordenado o uso de armas letais contra manifestantes. As informações são da Associated Press.

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