Tropas iraquianas entraram em combate com militantes do Estado Islâmico nesta terça-feira (3), o segundo dia da ofensiva para retomar a cidade de Tikrit, mas o avanço tem sido prejudicado por explosivos improvisados plantados ao longo das vias que levam à cidade natal do ex-ditador Saddam Hussein.

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Os confrontos mais intensos aconteceram no distrito de al-Dour, cidade ao sul de Tikrit, onde soldados iraquianos e milhares de milicianos xiitas, além de um contingente menor de combatentes tribais sunitas, lutam para expulsar os militantes que montaram linhas de defesa com dezenas de barris cheios de explosivos e outros tipos de minas terrestres, informaram integrantes do comando central iraquiano, em condição de anonimato.

As fontes disseram acreditar que os pesados ataques com morteiros realizados por jatos iraquianos produziram danos no fronte militante. As tropas que avançam em direção a Tikrit retiraram cerca de 250 famílias das proximidades. Um oficial de segurança com conhecimento da campanha militar disse que dez soldados e combatentes voluntários aliados morreram nos confrontos e 75 ficaram feridos.

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A operação para retomar a cidade é a maior ação do governo iraquiano desde que os militantes tomaram o controle de Tikrit em junho. A medida é vista como um importante teste para a capacidade dos militares de trabalhar com as chamadas forças voluntárias na expulsão dos insurgentes em outras partes do país. “O sucesso de uma operação como esta seria um sinal positivo para a operação de retomada de outras cidades importantes, dentre elas Mosul”, diz um relatório publicado na segunda-feira pelo Instituto de Estudos da Guerra. Mosul é a segunda maior cidade do Iraque e se transformou na sede do Estado Islâmico.

Os Estados Unidos não participam da operação em Tikrit por causa do envolvimento de conselheiros iranianos na missão, mas espera-se que Washington forneça assistência pesada quando forem iniciadas as ações para a recuperação de Mosul.

Autoridades iraquianas em Samara, cidade grande próxima a Tikrit onde o centro de comando está instalado, disseram que especialistas têm trabalhado para retirar das estradas e campos os explosivos improvisados instalados pelos militantes, um processo delicado que exige tempo. Analistas militares disseram que este é o principal desafio nesses primeiros estágios dos combates.

Embora autoridades iraquianas tenham fornecido poucos indícios sobre a duração esperada da campanha, especialistas militares disseram que as forças de segurança e seus aliados vão enfrentar uma dura batalha contra o inimigo, conhecido por sua capacidade de absorver um onda de ataques e se reagrupar.

Michael Knights, especialista em Iraque do Instituto para Políticas do Oriente Próximo, de Washington, disse que não existem estimativas precisas sobre quantos militantes do Estado Islâmico operam em Tikrit, mas descreveu o grupo como “altamente entrincheirado” na cidade. “Eles tiveram um longo tempo para se preparar e são muito rápidos em montar defesas rapidamente”, como os campos com artefatos explosivos improvisados que exigem tempo e muito cuidado para serem retirados.

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Por meio das redes sociais, o Estado Islâmico negou nesta terça-feira que as forças de segurança iraquianas tenham obtido ganhos nos campos de batalha. “Toda a cidade de Tikrit e áreas próximas estão sob o controle do Estado Islâmico e eles não tomaram parte dessas terras”, afirma uma declaração que foi compartilhada muitas vezes nas redes sociais.