O mais importante comandante americano no Iraque, general David Petraeus, disse nesta segunda-feira que o número de soldados dos Estados Unidos em território iraquiano pode ser reduzido no período de um ano até o contingente de cerca de 130 mil, o mesmo patamar de antes do reforço de 30 mil soldados enviado este ano, sem pôr em risco os avanços obtidos na área de segurança. A afirmação foi feita durante a apresentação do general ao Congresso dos EUA. Segundo o comandante, a estratégia militar do presidente americano, George W. Bush, no Oriente Médio está dando resultados.
Petraeus defendeu enfaticamente a decisão de Bush de enviar o reforço. Durante seu depoimento ao Congresso, ele afirmou que ''do ponto de vista militar, os objetivos da escalada estão sendo cumpridos''. A guerra matou mais de 3.700 soldados americanos desde 2003.
- Os objetivos militares do reforço estão em grande medida sendo atingidos - disse Petraeus na audiência, a que compareceu em conjunto com o embaixador dos EUA no Iraque, Ryan Crocker, e que pode determinar o tom do debate político em Washington sobre quando e como retirar as forças.
- Acredito que poderemos reduzir nossas forças aos níveis pré-reforço até o próximo verão (meados de 2008), sem pôr em risco os avanços na segurança - afirmou o general.
Há hoje 168 mil soldados americanos no Iraque. Com o corte previsto por Petraeus, o nível voltaria para cerca de 130 mil, mais ou menos o contingente que estava no país em janeiro, quando Bush decidiu mandar o reforço a fim de dar aos líderes iraquianos mais condições de obter a reconciliação política entre xiitas e sunitas.
Na audiência, Petraeus ouviu o profundo ceticismo dos democratas, que controlam o Congresso desde o ano passado, quando conquistaram votos com base no descontentamento público com a guerra.
Ike Skelton, presidente do Comitê de Serviços Armados do Congresso, disse a Petraeus que a guerra no Iraque impediu os Estados Unidos de cuidar de outros desafios.
- Os soldados que estão no Iraque não estão disponíveis para outras missões; para ir ao Afeganistão perseguir Osama bin Laden - cujo grupo radical perpetrou o ataque aos Estados Unidos há quase seis anos exatos, disse Skelton.
- As políticas míopes da administração no Iraque deram origem a um fiasco - disse o democrata Tom Lantos, da Comissão de Relações Exteriores.
- O governo o enviou aqui hoje para convencer os membros dessas duas comissões e o Congresso de que a vitória está próxima ... Não me convence.
Um grupo de manifestantes contrários à guerra no Iraque conseguiu entrar na sala em que Petraeus prestou seu depoimento e gritou frases como ''Conte a verdade, general'' antes de ser expulso por seguranças.
A guerra no Iraque começou em março de 2003, quando as forças lideradas pelos EUA invadiram o país para derrubar Saddam Hussein do poder. Mas o conflito arrasta-se há mais de quatro anos em meio a ataques insurgentes e ao brutal conflito sectário.
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