Policial detém manifestante na região central da capital| Foto: Erik De Castro/Reuters

Turismo

Visitantes estão calmos, apesar do golpe militar

Agência Estado

Quando os militares tomaram o poder da Tailândia na semana passada, Phil Koenighaus estava uma praia aproveitando um dos mais famosos festivais de música eletrônica do mundo: o Half Moon. Nenhum soldado era visto nas areias brancas de Koh Phangan, que atraíram turistas de todo o mundo.

Após horas de festas e muita diversão, os mochileiros alemães foram surpreendidos por notícias da tomada de poder pelos militares. "Eu pensei que se eu sobrevivesse a festa Half Moon, poderia ir a Bangcoc e enfrentar o golpe", disse um jovem de 19 anos. "Essa não é a realidade que eu esperava de um golpe militar", acrescentou.

Até o momento, o drama do golpe militar se concentrou apenas no campo político, à medida que jornalistas e acadêmicos considerados antimilitares são convocados a prestarem esclarecimentos, líderes políticos são presos e canais de televisão sofrem com advertências e bloqueios. Enquanto isso, os turistas aproveitam as praias famosas da Tailândia e os passeios turísticos por Bangcoc. O único impacto nos visitantes, até agora, é um toque de recolher, às 22 horas, o que limita a vida noturna do país.

Fotos de turistas no Twitter também atestam a tranquilidade dos pontos de visitação no país. Para a indústria turística tailandesa, entretanto, a situação é bem mais ameaçadora. As reservas já caíram depois de seis meses de protestos contra o governo.

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Policiais e soldados tailandeses encheram as ruas do centro da cidade de Bangcoc, neste sábado, para impedir novos protestos contra o golpe de 22 de maio, depois que o chefe das Forças Armadas disse que um retorno à democracia levaria mais de um ano.

Em um discurso transmitido pela televisão na sexta-feira, o general Prayuth Chan-ocha afirmou que os militares precisarão de tempo para reconciliar as forças políticas antagônicas e para planejar reformas.

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Prayuth, que derrubou o governo da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, depois de meses de protestos, muitas vezes violentos, pediu paciência aos aliados internacionais da Tailândia, depois de delinear seu plano de reformas para o país do sudeste da Ásia.

Mas a resposta dos governos estrangeiros foi manter a pressão sobre a junta governante para que ela convoque eleições rapidamente.

Em uma conferência em Cingapura, também no sábado, o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, pressionou as Forças Armadas tailandesas para que elas libertem os presos, acabem com a censura e "se movimentem imediatamente para devolver o poder ao povo da Tailândia, através de eleições livres e justas".

A Austrália reduziu as relações com os militares tailandeses no sábado e proibiu os líderes do golpe de viajarem para lá.

"Entendemos que estamos vivendo em um mundo democrático. Tudo que pedimos é tempo para fazer uma reforma", disse Prayuth no seu discurso de sexta-feira, sentado a uma mesa com flores na sua frente e retratos do rei Bhumibol Adulyadej e da rainha Sirikit na parede atrás dele. "Acreditamos que vocês escolherão o nosso reino ao invés de um sistema democrático falho."

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