Tropas russas foram retiradas da região portuária da Geórgia em Poti, no Mar Negro, neste sábado, já que se aproxima a data-limite de 15 de setembro estabelecida pela França para o término da primeira fase de desocupação do território.
A Geórgia comemorou a manobra e disse que espera que as forças russas mantenham a data de 10 de outubro para se retirarem completamente do território georgiano e das regiões da Ossétia do Sul e Abkházia.
Um repórter da Reuters viu tropas e caminhões se retirando de posições nos limites de Poti após o amanhecer. O jornalista disse que as forças russas também haviam deixado outras três posições no caminho para Senaki.
O ministro do Exterior da Rússia disse no sábado que a retirada foi terminada dois dias antes do prazo final estabelecido num acordo mediado pelo presidente francês Nicolas Sarkozy e endossado pelo presidente russo, Dmitry Medvedev, em 8 de setembro.
"A Rússia espera o mesmo rigor e boa vontade em seguir o acordo de todas as partes envolvidas nessa questão, principalmente de todos os líderes georgianos, bem como da União Européia," disse o ministro em um comunicado no site do governo.
A Rússia enviou suas tropas à Geórgia no mês passado após evitar uma tentativa de Tbilisi de reiniciar o movimento separatista, na região da Ossétia do Sul, que é a favor da Rússia.
Na segunda-feira, Moscou concordou em retirar suas tropas no prazo de um mês das "zonas de segurança" na Geórgia ao redor da Ossétia do Sul e de uma segunda região separatista, a Abkházia.
O acordo, mediado por Sarkozy, que representou a União Européia, incluiu o compromisso de se retirarem até 15 de setembro de "postos de monitoramento" na região de Poti, onde um porto de carregamento de petróleo e cereais é considerado vital para a economia da Geórgia.
"Este é um exemplo da Europa unida e do agressor tendo de se retirar," disse à Reuters Kakha Lomaia, secretário nacional de segurança. "Sou um otimista e acredito que as outras tropas serão retiradas," completou.
A Rússia seguiu o acordo de retirada estabelecido na segunda-feira após falar que colocaria 7.600 soldados na Ossétia do Sul e Abkhásia. Ambas tiveram sua independência reconhecida pelo Kremlin no mês passado.
A intervenção de Moscou na vizinha Geórgia, integrante da ex-União Soviética e que irritou Moscou forçando sua entrada como membro da OTAN, foi condenada internacionalmente por outros países.