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Agentes do governo sírio perseguiram e agrediram hoje estudantes que se manifestavam contra o presidente Bashar Assad em um câmpus no norte do país. Dezenas de pessoas ficaram feridas, afirmou Mustafa Osso, um ativista pelos direitos humanos. Ele disse que agentes tentaram interromper o protesto de cerca de 2 mil pessoas no câmpus em Alepo, maior cidade da Síria. Osso afirmou que muitos estudantes chegaram a ser perseguidos em seus dormitórios e foram bastante agredidos. Já ocorreram vários protestos contra o regime nesta universidade nas últimas semanas.

Também hoje, ativistas sírios usaram o Facebook para convocar para amanhã uma greve geral por toda a Síria a fim de protestar contra a repressão. Segundo Osso, as forças de segurança também dispersaram uma manifestação ontem com cerca de 3 mil pessoas em Homs, no centro do país.

Organizações pelos direitos humanos da Síria estimam que a repressão de Assad já tenha matado mais de 850 pessoas, desde o início dos protestos em meados de março. O regime usa uma força militar brutal para reprimir a revolta sem precedentes, a mais séria ameaça às quatro décadas da família presidencial no comando do país.

Osso é chefe da Organização Curda pela Defesa dos Direitos Humanos e das Liberdades Públicas na Síria. Segundo ele, há poucas informações sobre Talkalakh, cidade do oeste onde há um cerco das forças de segurança desde a última quinta-feira. Pelo menos 16 pessoas, oito delas membros da mesma família, foram mortas nos últimos dias em Talkalakh, cidade de 70 mil pessoas, segundo testemunhas e ativistas.

Hoje, o Ministério do Interior da Síria negou a existência de uma vala comum em Deraa, um dos principais focos de protesto contra o governo, no sul do país, informou a agência estatal Sana. O Exército reforçou sua presença na cidade, a fim de impedir mais protestos contra o regime. "Esta informação é totalmente falsa", afirmou um funcionário do Ministério do Interior. Segundo ele, isso faz parte de uma "campanha de incitação" contra a Síria.

Um ativista pelos direitos humanos afirmou ontem à France Presse que uma vala comum havia sido descoberta na parte antiga da cidade de Deraa. Os protestos ocorrem há dois meses na cidade, que está sufocada por forças de segurança e praticamente não tem contato com o mundo exterior.

O ativista que realizou a denúncia é Ammar Qurabi, da Organização Nacional pelos Direitos Humanos na Síria. Segundo ele, a vala comum foi descoberta por moradores, mas autoridades logo isolaram a área e impediram a retirada de corpos. Alguns dos corpos seriam devolvidos posteriormente por autoridades à família, segundo a fonte.

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