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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse nesta segunda-feira (23) que o Departamento de Justiça e o FBI têm um “conflito de interesses” com a investigação do atentado que ele sofreu enquanto jogava golfe em um de seus campos na Flórida, e pediu à Procuradoria desse estado que se encarregue da investigação.
O também candidato à Casa Branca pelo Partido Republicano nas eleições de novembro acusou o Departamento de Justiça e o FBI de administrarem mal e minimizarem a tentativa de assassinato, que ocorreu no último dia 15 e foi a segunda que Trump sofreu na atual campanha à presidência - na primeira, ocorrida durante um comício na Pensilvânia, em julho, ele foi ferido de raspão na orelha direita por um tiro de fuzil.
“O Departamento de Justiça e o FBI têm um conflito de interesses porque estão obcecados em 'pegar Trump' há muito tempo”, disse o político em um comunicado divulgado por seu escritório de campanha e no qual fez alusão aos "casos falsos" apresentados contra ele pela Justiça dos Estados Unidos.
Trump afirmou que “as acusações seriam muito mais graves” na Flórida, cujo governador, Ron DeSantis, também republicano, autorizou uma investigação estadual.
“Se o Departamento de Justiça e o FBI não puderem fazer seu trabalho de forma honesta e sem preconceitos, e responsabilizar o suposto assassino em toda a extensão da lei, o governador Ron DeSantis e o estado da Flórida já concordaram em assumir a liderança na investigação e na acusação”, declarou o ex-presidente.
De acordo com Trump, as duas únicas acusações apresentadas até agora contra o suspeito de tentar matá-lo no campo de golfe, Ryan Routh, “são um puxão de orelha”. Os promotores disseram que novas acusações contra o homem, que está sob custódia desde o dia do incidente, não foram descartadas. “Deixem a Flórida cuidar do caso”, pediu Trump.
Nesta segunda-feira, um juiz federal atendeu ao pedido dos promotores para que Routh, de 58 anos e alvo de acusações federais por dois crimes envolvendo porte de armas de fogo, não fosse liberado por pagamento de fiança.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou uma petição ao tribunal divulgando novas informações sobre o caso, incluindo uma carta escrita antecipadamente na qual Routh reconheceu sua tentativa fracassada de matar Trump.
No texto manuscrito, que foi encontrado dentro de uma caixa que Routh deixou para outra pessoa meses antes, o suspeito confessou: “esse foi um atentado contra a vida de Donald Trump, mas sinto muito por ter falhado".
No dia do atentado, um agente do Serviço Secreto descobriu Routh armado com um fuzil semiautomático escondido atrás de alguns arbustos ao lado do campo de golfe em West Palm Beach, de propriedade de Trump, onde o político e empresário jogava com um grupo de amigos - naquele momento, a cerca de 500 metros de distância, mas a caminho de onde estava o atirador.
O agente, que notou especificamente o cano do fuzil saindo dos arbustos e apontado para o campo, atirou na direção de Routh, que fugiu do local sem fazer nenhum disparo.
Routh foi preso por policiais locais cerca de 45 minutos depois, enquanto dirigia um veículo rumo ao norte em uma rodovia interestadual.