Presidente Donald Trump usou Twitter para fazer acusações contra Obama| Foto: NICHOLAS KAMM/AFP

O presidente Donald Trump acusou, neste sábado, seu antecessor Barack Obama de usar escutas telefônicas durante a campanha eleitoral do ano passado. Ele não forneceu, no entanto, provas dessa acusação.

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“Terrível! Acabo de saber que Obama fez escutas telefônicas na Trump Tower um pouco antes da vitória”, tuitou. “Isso é McCartismo”, acrescentou o presidente.

“Eu apostaria que um bom advogado poderia levar adiante um caso pelo fato de que o Presidente Obama grampeou meus telefones em outubro, antes da eleição!”, escreveu Trump no Twitter.

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“Como o Presidente Obama caiu tão baixo a ponto de grampear meus telefones durante o sagrado processo eleiroral. Isso é Nixon/Watergate. Cara ruim (ou doente)!”, assinalou em outro tuíte.

Os tuítes de Trump foram postados por volta das 5 horas da manhã deste sábado, ante a avalanche de revelações sobre os contatos entre funcionários russos e seus colaboradores mais próximos, entre eles o secretário da Justiça, Jeff Sessions, o caso mais recente.

O presidente negou reiteradas vezes que tenha vínculos pessoais com o Kremlin, e seus assessores negam ou minimizam esses contatos.

Mas as acusações continuam em vazamentos quase diários na imprensa, que revela novos detalhes entre os laços entre Moscou e altos dirigentes de Trump.

As novas revelações sobre contatos do entorno de Trump com responsáveis russos fizeram com que o presidente americano contra-atacar. Antes de deixar Washington com destino a sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida, pela quarta vez em cinco semanas, Trump acusou seus adversários políticos de empreenderem uma “caça às bruxas” sobre suas supostas relações com Moscou durante a campanha, que o milionário nega.

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Um porta-voz do ex-presidente Barack Obama afirmou neste sábado, em resposta à Trump, que Obama jamais ordenou que se espionasse os cidadãos americanos. "Nem o presidente Obama nem nenhum funcionário da Casa Branca ordenaram espionar qualquer cidadão americano", afirmou o pota-voz de Obama, Kevin Lewis, em um comunicado.

Russos

O secretário da Justiça Jeff Sessions, um fiel aliado de Trump, tem o FBI (a Polícia Federal americana) sob seu comando. Na quinta-feira, ele se recusou a participar de qualquer investigação sobre o papel da Rússia nas eleições.

Depois que Sessions disse sob juramento no Senado “não ter comunicações com os russos”, jornalistas relataram que, de fato, havia se reunido com o embaixador de Moscou em Washington, Sergey Kislyak, em duas oportunidades nos meses anteriores às eleições.

Sessions afirmou que isso fazia parte de sua função como senador e que apenas falou com o embaixador russo sobre “coisas normais”. Mas a oposição Democrata não perdeu a oportunidade e pediu que o ex-senador renuncie e seja investigado por perjúrio.

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O presidente também atacou o líder dos democratas e senador por Nova York, Chuck Shumer, uma das vozes mais fortes que pede a renúncia de Sessions.

Em sua rede social preferida, o Twitter, o presidente colocou uma foto do senador tomando café e comendo donuts com o presidente russo, Vladimir Putin, em 2003, com a legenda: “Deveríamos começar uma investigação imediata do @SenSchumer e suas relações com a Rússia e Putin. Um total hipócrita”!

Em resposta, Schumer assinalou que “falaria com gosto” sobre seu encontro com Putin, acrescentando: “Você e sua equipe fariam isso”?

Em outro caso polêmico, por conta do ocultamento de conversas telefônicas com o embaixador russo, o ex-assessor de Segurança Nacional de Trump, Michael Flynn, acabou tendo de renunciar em 13 de fevereiro.