O presidente americano, Donald Trump, admitiu neste domingo (5) que seu filho se reuniu com russos em 2016, na Trump Tower, para obter informações sobre sua adversária na eleição, Hillary Clinton, mas afirmou que isso é "totalmente legal" e "se faz toda hora na política".
Anteriormente, Trump havia dito que o motivo do encontro havia sido adoção de crianças russas por americanos. O tuíte de Trump na manhã deste domingo (5) foi sua declaração mais direta sobre a natureza do encontro, embora seu filho e outros já tivessem dito que o objetivo da reunião era obter informações comprometedoras sobre Hillary.
Fake News reporting, a complete fabrication, that I am concerned about the meeting my wonderful son, Donald, had in Trump Tower. This was a meeting to get information on an opponent, totally legal and done all the time in politics - and it went nowhere. I did not know about it!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 5 de agosto de 2018
Trump também negou relatos do Washington Post e da CNN de que estaria preocupado com a possibilidade de seu filho mais velho, Donald Trump Jr, ter problemas legais por causa de seu encontro com os russos, entre eles, uma advogada ligada ao Kremlin.
Ele voltou a dizer que não sabia do encontro com antecedência.
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"Fake news, uma invenção completa, que eu estaria preocupado com a reunião que meu filho maravilhoso, Donald, teve na Trump Tower. Foi uma reunião para obter informações sobre um adversário, isso é totalmente legal e é feito toda hora em política - e não deu em nada. E eu não sabia da reunião!", disse Trump.
Campanhas políticas rotineiramente fazem pesquisa e investigam os adversários, mas não com ajuda de um representante de um outro país, visto como oponente. As autoridades russas estavam sob sanções dos Estados Unidos na época.
Conluio
O promotor especial Robert Mueller está investigando se os integrantes da campanha de Trump trabalharam em conjunto com os russos para garantir um resultado favorável da eleição para a Casa Branca, em 2016. O presidente russo, Vladimir Putin, nega que seu governo tenha interferido nas eleições americanas.
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Parte da investigação de Mueller está focada na reunião de 9 de junho de 2016 entre Donald Jr. , integrantes da campanha e um grupo de russos, na Trump Tower. E-mails divulgados pelo próprio Donald Jr. mostram que ele tinha interesse na reunião porque os russos ofereciam à campanha informações potencialmente comprometedoras sobre Hillary.
Ele disse que, posteriormente, acabou se dando conta de que o objetivo da reunião era fazer lobby contra a lei de sanções Magnitsky, de 2012, que levou os russos a proibirem americanos de adotar crianças russas. Trump vem negando que sua campanha tenha trabalhado com Moscou, dizendo "Sem conluio". Na semana passado, no entanto, ele passou a dizer que "conluio não é crime".
Apesar de conluio não ser um crime, Mueller pode pedir indiciamento por conspiração se determinar que algum integrante da campanha trabalhou em conjunto com a Rússia para cometer atos ilegais. Trabalhar com um estrangeiro para influenciar uma eleição americana pode ser uma violação de várias leis, segundo especialistas. No mês passado, a CNN relatou que o advogado de Trump, Michael Cohen, estaria disposto a confirmar para Mueller que Trump sabia da reunião com os russos com antecedência.
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