O ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021) disse nesta sexta-feira (28) que, mesmo se for condenado em algum dos processos judiciais que enfrenta, não vai encerrar a campanha para as eleições presidenciais de 2024.
"Não há nada na Constituição que diga isso", afirmou o republicano no programa de rádio "The John Fredericks Show".
Trump fez a declaração um dia após o procurador especial Jack Smith ter apresentado novas acusações contra ele: de obstrução à Justiça e retenção intencional de informação confidencial no caso dos documentos encontrados na sua mansão de Mar-a-Lago, na Flórida, pelos quais já tinha sido acusado em maio.
As novas acusações estão relacionadas com supostas tentativas de remoção de imagens das câmeras de videomonitoramento da residência do ex-presidente. No entanto, Trump afirmou nesta sexta-feira que entregou o que lhe foi pedido: "Eles têm as minhas fitas".
A juíza Aileen Cannon marcou, na semana passada, o início do julgamento sobre o tratamento de documentos confidenciais que Trump levou da Casa Branca quando deixou o cargo para maio de 2024, pouco mais de seis meses antes das eleições presidenciais americanas.
Questionado se terminaria a campanha eleitoral caso haja condenação, o ex-presidente foi enfático: "De modo algum".
Trump também enfrenta uma provável nova acusação por seu papel no ataque ao Capitólio dos EUA, em 6 de janeiro de 2021, que ocorreu enquanto a vitória do democrata Joe Biden nas eleições de novembro de 2020 era ratificada.
O acusado reiterou a sua afirmação de que se trata de uma perseguição política contra ele por parte da "esquerda radical".
"Estão usando o Departamento de Justiça e o FBI para perseguir candidatos. É uma tática muito comum no terceiro mundo que agora este país está utilizando pela primeira vez."
Na opinião do magnata, estão tentando "intimidar" as pessoas para que "digam mentiras" sobre ele.
Trump é o primeiro ex-presidente da história dos Estados Unidos a ser formalmente acusado.
Além do caso de Mar-a-Lago, um grande júri o acusou em Nova York, em março, por supostamente alterar registros das Organizações Trump para ocultar um pagamento à atriz pornográfica Stormy Daniels durante a campanha eleitoral de 2016, em troca do seu silêncio sobre um caso que tiveram dez anos antes.