Ouça este conteúdo
O ex-presidente americano Donald Trump (2017-2021) ingressou com um pedido nesta segunda-feira (11) para que a juíza distrital Tanya Chutkan seja afastada do processo federal sobre supostas tentativas dele de reverter a derrota na eleição presidencial de 2020, que teriam levado à invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Segundo informações da agência Reuters, os advogados de Trump alegam na moção que declarações da juíza despertaram dúvidas sobre sua imparcialidade no caso.
No pedido, é citado um comentário feito por Chutkan, em uma audiência de sentença de 2022 de um réu da invasão ao Capitólio, na qual ela disse que o tumulto foi resultado da “lealdade cega a uma pessoa que, aliás, permanece livre até hoje”. A defesa de Trump disse que a declaração indicava o pensamento da juíza de que ele “deveria ser processado e preso”.
O início do julgamento deste caso foi marcado para 4 de março de 2024. O ex-presidente é acusado em Washington de quatro crimes: conspiração para fraudar os EUA, conspiração para obstruir um processo oficial, obstrução e tentativa de obstrução de um processo oficial e conspiração contra direitos.
Chutkan, indicada para o cargo pelo ex-presidente democrata Barack Obama, é desafeta de Trump desde 2021, quando rejeitou um pedido do magnata para manter em segredo documentos da sua gestão relacionados à invasão do Capitólio.
Na ocasião, Chutkan justificou que o privilégio executivo conferido a presidentes americanos para manter documentos em sigilo não “existe perpetuamente” e Trump não teria mais direito a ele por não estar no cargo. “Os presidentes não são reis e o requerente [Trump] não é o presidente”, afirmou ela.