O presidente americano, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira (18) fechar a fronteira do país com o México caso o vizinho não contenha o fluxo de imigrantes da Guatemala, de Honduras e de El Salvador que têm chegado aos Estados Unidos.
"Além de interromper todos os pagamentos a esses países, que parecem não ter quase nenhum controle sobre sua população, devo, no mais forte dos termos, pedir ao México que pare com esse massacre - e, se não parar, chamarei as forças armadas dos EUA e fecharemos a fronteiira Sul!", escreveu Trump em seu Twitter.
I am watching the Democrat Party led (because they want Open Borders and existing weak laws) assault on our country by Guatemala, Honduras and El Salvador, whose leaders are doing little to stop this large flow of people, INCLUDING MANY CRIMINALS, from entering Mexico to U.S.....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 18 de outubro de 2018
Trump também sugeriu que a questão poderia prejudicar o acordo comercial anunciado no início de outubro com o México e Canadá, o USMCA, que substituirá o Nafta. Disse que "o ataque contra o nosso país na fronteira ao sul", que inclui a entrada de "elementos criminosos e drogas", é "muito mais importante" do que o USMCA.
O acordo comercial ainda precisa ser assinado pelos três países. A previsão é de que o Congresso o aprove apenas no próximo ano.
As declarações foram publicadas no dia em que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, viajará para o Panamá e para o México. Ele se encontrará com o presidente Enrique Peña Nieto na sexta (19).
Trump faz mais ameaças
Na terça (16), o presidente também ameaçou cortar a assistência fornecida à Guatemala, a Honduras e a El Salvador caso seus governos "permitam que seus cidadãos, ou outros, cruzem suas fronteiras a caminho dos Estados Unidos".
Reportagem do jornal The Washington Post revelou nesta quarta (17) que bateu recorde o número de famílias que entraram ilegalmente nos Estados Unidos nos três meses após a decisão de Trump de suspender a separação de pais e filhos na fronteira. Segundo o Departamento de Segurança Doméstica, 16.658 pessoas foram detidas em setembro, alta de 80% em relação a julho.
A situação estaria levando o presidente a reconsiderar a volta de um regime de separação de famílias, que ele acredita ter sido o único método eficaz para conter o fluxo de imigrantes, segundo o Washington Post.