Em uma carta enviada por um de seus advogados nesta quinta (4), o presidente Donald Trump pediu à editora responsável pelo livro "Fire and Fury" (Fogo e Fúria, em tradução livre) que "cesse e desista imediatamente de publicar ou disseminar" a obra, a ser lançada na próxima semana, sob pena de ser acionada judicialmente.
Escrito pelo jornalista Michael Wolff, o livro sobre os bastidores da Casa Branca no governo Trump teve seus primeiros trechos divulgados nesta quarta (3) — que provocaram a fúria do presidente e o rompimento com um de seus principais aliados, o ex-estrategista Steve Bannon.
Bannon afirmou ao autor que a reunião do filho de Trump com uma informante russa durante a campanha, em busca de informações sobre a adversária Hillary Clinton, foi "antipatriótica", e comparou a investigação do FBI sobre a influência russa na eleição de 2016 a um "furacão de categoria cinco".
O livro de Wolff, que teve acesso à Casa Branca por meses e afirma ter realizado cerca de 200 entrevistas com integrantes do governo Trump, sustenta que o republicano não acreditava que iria vencer, que pretendia usar a campanha para ganhar fama e que acreditava que sua equipe estava "repleta de perdedores".
O jornalista descreve o improviso dos primeiros meses do governo Trump, com direito a ácidas críticas de alguns dos principais integrantes da equipe do republicano.
A carta enviada nesta quinta (4) à editora, subscrita pelo advogado Charles Harder, argumenta que a obra tem conteúdo difamatório e malicioso, e ameaça entrar com processos judiciais contra a empresa caso o livro seja publicado.
A Casa Branca ainda não comentou a notícia, assim como a editora Henry Holt e o autor Michael Wolff.
Nesta quarta (3), a Casa Branca havia informado que a obra está repleta de "relatos falsos e enganosos" de pessoas que não tinham acesso nem influência no governo Trump, e classificou o livro como "um desprezível tabloide de ficção".
O lançamento do livro, que já está em pré-venda pela internet, deve ocorrer na próxima terça (9).