O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou na noite desta terça-feira (31) o juiz da corte federal de apelações Neil Gorsuch para uma vaga na Suprema Corte do país. A escolha ainda deve ser referendada pelo Senado norte-americano.
Em entrevista coletiva, Trump disse que esta foi a escolha mais transparente para uma indicação à Suprema Corte em toda a história, pois, enquanto candidato, ele apresentou uma lista de cinco nomes aos eleitores. E acrescentou que sua vitória mostrou um apoio do público a estes possíveis indicados.
“O juiz Gorsuch possui um intelecto magnífico, uma educação legal sem paralelo e o compromisso com a interpretação da Constituição de acordo com o texto. Será um juiz incrível para a Suprema Corte tão logo seja confirmado pelo Senado”, justificou o presidente.
O presidente destacou Gorsuch também como um “homem que nosso país precisa muito”. Ele também disse que espera que a indicação seja aprovada pelo Senado em um esforço bipartidário, se referindo a Democratas e Republicanos.
No entanto, segundo o jornal The New York Times, a indicação de Trump deve ser sucedida por uma batalha no Congresso, muito por causa de uma rejeição, por parte dos Republicanos, de uma indicação do ex-presidente Barack Obama para o cargo, no ano passado. Merrick B. Garland teve seu nome rejeitado pelos senadores e não chegou a ser sabatinado pelos parlamentares.
Caso a indicação de Gorsuch seja confirmada, a Suprema Corte dos EUA terá uma divisão entre cinco membros conservadores e quatro liberais. Desta forma, aponta o NYT, o juiz Anthony M. Kennedy, de 80 anos, será o voto de minerva, visto que já votou com lados opostos, em diferentes ocasiões.
Com 49 anos, Gorsuch é o mais jovem indicado à Suprema Corte em 25 anos, sendo que vai ocupar a cadeira “por décadas à frente”, segundo o jornal. Se confirmado, ele deve seguir a tradição de seu precursor na vaga, Antonin Scalia, que morreu em fevereiro de 2016. No entanto, de acordo com o NYT, Gorsuch não é conhecido por ser radical.
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