O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (21) uma ordem executiva para conceder autoridade adicional ao Departamento do Tesouro para impor sanções econômicas à Coréia do Norte e países que fazem negócios com a nação do Nordeste asiático.
O presidente também disse que o presidente chinês, Xi Jinping, ordenou que bancos chineses deixem de fazer negócios com entidades norte-coreanas. Trump chamou o movimento de "muito ousado" e "inesperado", e elogiou Xi.
"Devo dizer que é a completa desnuclearização da Coréia do Norte que buscamos", disse brevemente Trump durante uma reunião com os líderes da Coréia do Sul e Japão para discutir a estratégia para enfrentar Pyongyang e a ameaça que representam seus testes de mísseis nucleares e balísticos.
Trump disse que os Estados Unidos estiveram lidando com o problema da Coréia do Norte há 25 anos, mas afirmou que as administrações anteriores "não fizeram nada, e é por isso que estamos enfrentando esta situação atualmente".
Ele acrescentou que a ordem dará ao secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, o "poder para atingir qualquer banco estrangeiro que facilite conscientemente transações específicas ligadas ao comércio com a Coréia do Norte".
O anúncio de Trump ocorre quando ele procura reunir o apoio internacional para enfrentar o regime do ditador Kim Jong Un, depois de passar quatro dias em reuniões na Assembléia Geral das Nações Unidas. Em um discurso na Assembleia Geral na terça-feira (19), Trump ameaçou "destruir totalmente" a Coreia do Norte, se necessário, e se referiu de forma pouco airosa a Kim como "homem-foguete".
Nas últimas semanas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou duas rodadas de sanções econômicas, mas também deixou espaço para mais penalidades. Por exemplo, as sanções aplicam limites às importações de petróleo do país, mas não impuseram um embargo total, como os Estados Unidos sugeriram. A administração Trump indicou que também quer uma proibição total da prática de enviar trabalhadores norte-coreanos ao exterior que recebem pagamentos que, em grande parte, vão ao governo em Pyongyang.
Em reunião com o presidente sul-coreano Moon Jae-in antes da discussão trilateral com o Japão, Trump disse que as nações estão "fazendo muitos progressos".
Moon louvou o discurso de Trump nas Nações Unidas, dizendo através de um tradutor que "a Coréia do Norte continuou a fazer provocações e isso é extremamente deplorável e isso irritou tanto a mim quanto nosso povo, mas os EUA responderam firmemente e de uma maneira muito boa".
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O Conselho de Segurança também aplicou novas restrições de exportação em agosto, e o secretário de Estado Rex Tillerson disse na quarta-feira (20) que há sinais de que essas restrições estão surtindo efeito econômico.
"Temos indicações de que começam a aparecer evidências de falta de combustível", disse Tillerson em um briefing para repórteres. "E olhe, nós sabíamos que essas sanções levariam algum tempo para serem sentidas porque sabíamos que os norte-coreanos, com base em informações que os chineses haviam compartilhado conosco, basicamente estocavam muito inventário no início do ano da nova administração, antecipando que as coisas talvez mudassem. Então, acho que o que estamos vendo é um efeito combinado desses estoques agora estão sendo esgotados e o fornecimento que vem entrando foi reduzido".
Não há sinal, no entanto, de que as penas econômicas tenham algum efeito sobre o comportamento do regime do ditador Kim Jong Un e seu cálculo de que testes nucleares e outras provocações assegurarão sua proteção ou tornará mais difícil qualquer embate com os Estados Unidos e outras nações.
Todas as sanções das Nações Unidas devem ser aceitas pela China, protetora da Coréia do Norte e suaprincipal parceira econômica. A recente vontade da China de punir o seu estado comunista envia uma forte mensagem de desaprovação às provocações internacionais de Kim, mas a China e outros membros do Conselho de Segurança da ONU, a Rússia, também se opuseram a algumas das medidas econômicas mais duras que poderiam ser aplicadas, como restrições bancárias que afetariam a China e outras instituições financeiras.
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