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Pandemia

Trump anuncia que encerrará relações com a Organização Mundial da Saúde

O presidente dos EUA, Donad Trump, anunciou que encerrará as relações com a Organização Mundial da Saúde (OMS) (Foto: Mandel NGAN / AFP)

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (29) que está encerrando a relação do país com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em coletiva de imprensa na Casa Branca, o líder americano culpou a China pela disseminação do novo coronavírus e acusou a organização de fracassar em responsabilizar o país asiático.

O republicano acusou a OMS de estar sob "total controle" da China, que paga "apenas US$ 40 milhões" à organização, enquanto os EUA contribuem com "aproximadamente US$ 450 milhões por ano".

"Nós detalhamos as reformas que [a OMS] deve fazer e nos envolvemos com eles diretamente, mas eles se recusaram a agir. Porque eles fracassaram em fazer as reformas requisitadas e grandemente necessárias, hoje nós encerraremos nossa relação com a Organização Mundial da Saúde e redirecionaremos os fundos para outras necessidades globais urgentes de saúde pública. O mundo precisa de respostas da China sobre o vírus. Nós precisamos ter transparência", afirmou Trump, de acordo com a CNN.

O presidente americano disse ainda que a China "encobriu" o "vírus de Wuhan", em referência ao novo coronavírus, o que permitiu que a doença se disseminasse pelo mundo e provocasse uma pandemia. Segundo Trump, a China ignorou suas obrigações de reportar esse problema à Organização Mundial da Saúde (OMS) e pressionou esta a enganar o mundo quando o vírus foi descoberto. Com isso, muitas pessoas morreram e grandes prejuízos econômicos ocorreram, argumentou.

Os Estados Unidos são o país que mais contribui com a organização, respondendo por cerca de 20% do total de seu orçamento para o ciclo de 2018 a 2019. Trump havia suspendido o repasse de fundos dos EUA para a OMS no mês passado, após frequentes críticas contra o modo como a entidade respondeu à pandemia do novo coronavírus.

Medidas contra a China

Trump afirmou ainda que orientou o seu governo a conduzir uma revisão completa dos acordos com Hong Kong, após os EUA declararem que o território não é mais uma cidade autônoma da China, quando Pequim passou por cima do parlamento local e aprovou uma lei de segurança com potencial de comprometer as liberdades civis em Hong Kong.

"A China substituiu a sua fórmula prometida de 'um país, dois sistemas' por 'um país, um sistema'", acusou o presidente americano. "Por isso, estou orientando a minha administração a começar o processo de eliminar exceções de políticas que dão a Hong Kong tratamento diferenciado e especial".

Trump disse que iria suspender vistos de cidadãos chineses que seriam um "risco à segurança americana", além de dizer que orientaria um grupo de trabalho a avaliar as práticas de empresas da China listadas em solo americano.

"O padrão da China de falhas de conduta é sabido por todos", afirmou Trump. "Durante anos eles levaram vantagem de nós como nunca ninguém antes", disse. Para ele, a China conseguiu retirar fábricas e empregos dos EUA, além de "roubar nossa propriedade intelectual e violar seus compromissos na Organização Mundial de Comércio". Segundo ele, não apenas Pequim é culpado, mas também governos americanos anteriores.

Diante do quadro, Trump disse que adotará os "passos necessários" para impor sanções contra autoridades da China e de Hong Kong por envolvimento "direto ou indireto" na "erosão da autonomia" da região. Também anunciou que os EUA suspenderão a entrada de "certos cidadãos da China que nós identificamos como riscos à segurança", mencionando também que adotará medida para garantir a pesquisa em universidades do país.

Ele disse também que instruiu o grupo de trabalho presidencial para os mercados financeiros a avaliar as práticas de companhias chinesas listadas nos EUA. Segundo Trump, a intenção é "proteger investidores", que não devem estar expostos ao "risco associado a investir em companhias chinesas que não jogam com as mesmas regras".

Trump não respondeu a perguntas dos jornalistas durante a coletiva de imprensa e não abordou outros temas que ocupam o noticiário nesta sexta-feira, como os protestos em Minnesota ou a sua disputa com o Twitter.

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