
O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (20) uma ordem executiva para impulsionar a exploração nacional de minerais críticos e "terras raras", um setor chave para o desenvolvimento tecnológico no qual a China tem um domínio quase total.
“Assinei uma ordem executiva para aumentar drasticamente a produção de minerais críticos e terras raras”, anunciou Trump durante um evento na Casa Branca.
A ordem permite que o governo invoque poderes emergenciais para incentivar a exploração doméstica desses materiais e reduzir a dependência de outros países.
Especificamente, Trump invocou a Lei de Produção de Defesa, legislação adotada em 1950 em resposta à Guerra da Coreia (1950-1953), que permite que o presidente mobilize recursos e conceda instalações ao setor privado para reforçar a produção nacional em setores essenciais para a segurança do país.
De acordo com o texto, a ordem executiva tem dois objetivos principais: facilitar a concessão de permissões para permitir a exploração de minerais detidos pelos EUA e fornecer empréstimos e outros financiamentos a empresas que estejam realizando tais projetos.
A medida responde às preocupações tanto dos EUA quanto de seus aliados, incluindo a União Europeia (UE), sobre o controle quase absoluto da China nesse setor.
As terras raras e os minerais essenciais, incluindo lítio, cobalto, grafite e níquel, desempenham um papel fundamental na fabricação de uma ampla gama de produtos, desde semicondutores para sistemas de defesa até painéis solares e baterias para veículos elétricos.
A China tem quase um monopólio no setor de terras raras, tanto na mineração quanto no refino, pois até importa esses minerais de outros países para processá-los em seu território.
O impulso para a produção doméstica de terras raras ganhou importância nos EUA nos últimos anos. Já em seu primeiro mandato (2017-2021), Trump assinou uma ordem executiva para incentivar a produção doméstica desses minerais.
Em 2022, o então presidente Joe Biden (2021-2025) também usou a Lei de Produção de Defesa, a mesma que Trump invocou nesta quinta-feira, para incentivar a produção doméstica de minerais essenciais e facilitar o acesso das empresas a US$ 750 milhões em financiamento.
A questão das terras raras também tem sido um dos principais focos da pressão de Trump por um acordo de paz na Ucrânia, que, acredita-se, detém 5% das reservas mundiais desses minerais.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deveria ter assinado um acordo com Trump no final de fevereiro que daria aos EUA algum controle sobre o setor de minerais críticos da Ucrânia. No entanto, após um desentendimento entre os dois durante uma reunião no Salão Oval, o acordo não se concretizou.
As negociações entre os EUA e a Ucrânia, no entanto, foram retomadas, e Trump disse nesta quinta-feira que o pacto sobre terras raras com Kiev será assinado “muito em breve”.