O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (22) que vai ampliar as restrições de entrada no país a determinados trabalhadores estrangeiros e estendeu até dezembro as medidas de restrição que já estavam em vigor, determinadas por ordem executiva em abril e que estavam próximas do vencimento. Segundo a Casa Branca, as medidas são necessárias para proteger trabalhadores americanos após o aumento do desemprego causado pela pandemia do coronavírus.
A decisão suspende a entrada de várias categorias de trabalhadores e encontrou oposição de setores de negócios.
Uma autoridade do governo americano deu detalhes sobre a medida em conferência por telefone para a imprensa americana nesta segunda-feira. Está proibida, até o final do ano, a entrada de estrangeiros portadores do visto H-1B, para trabalhadores qualificados, e do visto L-1, concedido a diretores e gerentes transferidos dentro de uma empresa a partir de uma sede de outro país.
O presidente Donald Trump também bloqueará o visto H-2B, de trabalhadores temporários não-agricultores, com exceção para o setor de serviço de alimentos. Também estão excluídas das restrições agricultores, alguns profissionais da saúde e pessoas que vão aos EUA trabalhar no cuidado de crianças como "au-pair".
As medidas passam a valer em 24 de junho.
Representantes de negócios, incluindo grandes empresas de tecnologia, disseram que a suspensão desses tipos de vistos prejudicará a retomada da economia, segundo a Reuters.
O governo americano estima que 525 mil empregos deixarão de ser ocupados por trabalhadores estrangeiros, descreveu a autoridade da Casa Branca.
Trump havia assinado, em 22 de abril, uma ordem que suspendia a imigração aos EUA por 60 dias a várias categorias e portadores de determinados vistos familiares; essas restrições agora foram estendidas até o final deste ano. A ordem não afeta os pedidos de vistos para cônjuges e filhos menores de cidadãos americanos, mas barra a maior parte dos outros candidatos a um visto de imigrante. Segundo o Washington Post, a medida afeta mais da metade dos cerca de 460 mil vistos de imigrantes concedidos pelos EUA no ano passado.