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Trump durante seu discurso da vitória, nesta madrugada, em West Palm Beach, na Flórida
Trump durante seu discurso da vitória, nesta madrugada, em West Palm Beach, na Flórida| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Ao bater a democrata Kamala Harris na eleição dos Estados Unidos desta terça-feira (5), o republicano Donald Trump se tornou o segundo ex-presidente da história do país a voltar a vencer o pleito presidencial depois de ter deixado a Casa Branca – até ontem, o único que havia conseguido este feito havia sido Grover Cleveland, mandatário americano entre 1885 e 1889 que depois venceu a eleição de 1892.

Embora alguns poucos estados ainda não tenham apontado o vencedor, Trump já assegurou o número mínimo de votos no Colégio Eleitoral para conquistar a vitória.

Se a ressurreição política do republicano já é histórica por si só, alguns dados ilustram como seu triunfo eleitoral foi esmagador.

Até o fechamento desta reportagem, Trump já havia assegurado a vitória em cinco estados-pêndulo (aqueles que alternam entre vitórias dos democratas e dos republicanos), Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Carolina do Norte e Geórgia, e liderava a apuração nos outros dois, Nevada e Arizona.

Caso ele confirme estas vitórias, será o primeiro candidato à presidência dos Estados Unidos a vencer em todos os estados-pêndulo desde a primeira eleição de Barack Obama, em 2008 – vale lembrar que, conforme tendências eleitorais, os swing states variam de eleição para eleição.

Outro ponto que ilustra o tamanho do triunfo de Trump consta de um levantamento parcial feito pelo jornal inglês The Guardian. Dos condados em todo o país que os democratas conseguiram “virar” em 2020, quando Joe Biden foi eleito, 90% voltaram para os republicanos em 2024.

Trump também ostentou este ano o feito de ser o primeiro republicano desde George W. Bush, em 2004, a ganhar a eleição tanto no voto popular quanto no Colégio Eleitoral.

Mais um termômetro da vitória incontestável do republicano é que, mesmo perdendo em redutos democratas históricos, apresentou os melhores números dos conservadores em décadas nesses locais.

Em Nova York, o estado onde Trump nasceu, os 44% dos votos que obteve são a maior porcentagem republicana desde os 47,5% de George H. W. Bush em 1988.

Em Illinois, outro reduto democrata, Trump teve 45% dos votos, também o melhor desempenho republicano no estado desde 1988, quando o primeiro Bush presidente obteve 50,7%.

A insatisfação com a inflação alta durante grande parte do mandato de Biden parece ter atraído para Trump o voto latino, tradicionalmente democrata, apesar do discurso anti-imigração do republicano.

Segundo pesquisas boca de urna divulgadas pela NBC News, o voto dessa fatia do eleitorado em Trump subiu de 32% em 2020 para 45% este ano em dez estados pesquisados (os sete estados-pêndulo, mais Flórida, Ohio e Texas), o que provavelmente foi decisivo para a vitória do republicano em estados-pêndulo com grande população latina, como a Pensilvânia.

Trump não poderá concorrer em 2028, mas estes números sinalizam um horizonte de ainda mais crescimento para os republicanos – e de preocupação para os democratas.

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