O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em carta (imagem abaixo) nesta quinta-feira (24) que desistiu de uma reunião bilateral com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un. Segundo o americano, Kim mostrou "tremenda raiva e aberta hostilidade" em seu comunicado mais recente, o que fez ele avaliar ser apropriado desistir do evento neste momento.
A cúpula estava prevista para 12 de junho em Cingapura. Segundo Trump, o cancelamento foi feito "para o bem de ambos os lados", embora seja ruim para o mundo. "Você fala sobre suas capacidades nucleares, mas as nossas são tão massivas e poderosas que eu rezo a Deus para nunca ter de usá-las", afirmou o americano.
Trump diz que avaliava que um "maravilhoso diálogo" estava em construção entre ele e Kim e que "algum dia" espera ainda encontrá-lo. "Enquanto isso, eu agradeço a você pela libertação de reféns que estão agora em casa com suas famílias. Esse foi um gesto bonito e foi muito apreciado".
Leia também: A paz entre os EUA e a Coreia do Norte passa pela China
O presidente americano afirma ainda que, caso Kim mude de ideia para realizar a reunião, não deve hesitar em telefonar ou escrever. "O mundo, e a Coreia do Norte em particular, perderam uma grande oportunidade para uma paz duradoura e grandes prosperidade e riqueza. Essa oportunidade perdida é um momento verdadeiramente triste na história", julgou o líder americano.
Hostilidades
A decisão foi tomada em meio a hostilidades da Coreia do Norte nos últimos dias, que afirmou que estava reconsiderando a participação na cúpula, incluindo uma declaração de que os Estados Unidos deveriam decidir "nos encontrar em uma sala de reunião ou nos encontrar em um confronto nuclear".
Um assessor próximo a Kim fez uma enxurrada de acusações contra o governo Trump na quinta-feira (24), chamando o vice-presidente Mike Pence de "fantoche político" pelas declarações que ele fez em referência à queda do falecido ditador líbio Muamar Kadafi. A Coreia do Norte criticou as sugestões da administração Trump de que siga o "modelo líbio" para abandonar seu programa nucleares. Kadafi foi morto em 2011 durante o caos antigoverno.
Sinais positivos
Mesmo em meio à retórica, houve sinais de que a Coreia do Norte continuava interessada em um encontro.
O país afirmou ter destruído seu centro de testes nucleares nesta quinta-feira, provocando uma série de explosões para derrubar uma rede de túneis subterrâneos onde detonou seis bombas, cada vez mais potentes, nos últimos 11 anos. Apesar de ter permitido que jornalistas acompanhassem o desmantelamento do local, o regime de Kim Jong-un não permitiu que nenhum especialista observasse os eventos, dificultando a avaliação do que ocorreu exatamente. A maioria dos analistas continua duvidando que a Coreia do Norte esteja realmente preparada para abandonar seu programa nuclear.
Deixe sua opinião