Trump é o rei da polêmica até aqui na corrida pela vaga republicana nas eleições para a Casa Branca| Foto: REBECCA COOK/REUTERS

O pré-candidato republicano às eleições americanas Donald Trump foi acusado novamente de sexismo nesta terça-feira (22) depois de utilizar um termo vulgar em um ataque à sua rival, Hillary Clinton. Ao agitar uma multidão barulhenta de simpatizantes em Michigan na noite de segunda-feira, Trump demonstrou seu desprezo a sua rival democrata em um ataque que tomou um rumo sexual e pessoal.

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Ao lembrar a corrida presidencial de 2008, na qual Hillary perdeu para Barack Obama na batalha pela indicação democrata, Trump utilizou um termo em iídiche (um idioma falado por comunidades judaicas ao redor do mundo) que significa “pênis grande”.

“Ela era a favorita para vencer e foi ‘schlonged’. Ela perdeu, quero dizer, ela perdeu”, declarou o pré-candidato, transformando a gíria vulgar “schlong” em um verbo.

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Posteriormente, em meio aos aplausos de seus simpatizantes, se referiu a um incidente ocorrido no sábado com Hillary, quando a candidata retornou com atraso a um debate televisionado após ir ao banheiro durante o intervalo. “Eu sei onde ela foi, é nojento, não quero falar sobre isso”, disse Trump. “Não, é muito nojento. Não diga isso, é nojento”, acrescentou.

Histórico de polêmicas

Esta não foi a primeira vez que o magnata do setor imobiliário manifestou desagrado pelas funções corporais das mulheres durante a campanha.

Em agosto, Trump provocou indignação generalizada ao insinuar que a apresentadora da Fox News Megyn Kelly o submeteu a um firme questionário porque ela deveria estar menstruada.

Os ataques pessoais de Trump contra as mulheres também se estenderam para a sua rival republicana, Carly Fiorina, sobre quem ele declarou: “Olhe para essa cara! Será que alguém votaria nisso?”

Suas declarações mais recentes atraíram uma revolta previsível. O site liberal Think Progress apelidou sua atitude de “ataque incrivelmente sexista” e a revista Slate considerou um sexismo “de cair o queixo”.

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A equipe de Clinton convocou seus simpatizantes a se fazerem ouvir e a denunciar Trump e suas declarações depreciativas. “Nós não estamos respondendo a Trump, mas todos que entendem a humilhação que esta linguagem degradante inflige a todas as mulheres devem (responder)”, afirmou a diretora de comunicação da campanha, Jennifer Palmieri, pelo Twitter.

No entanto, Trump, um astro de reality show que se tornou pré-candidato à presidência americana, permanece na liderança das intenções de voto, segundo as pesquisas.

Os discursos do pré-candidato, de 69 anos, muitas vezes são improvisados e seus simpatizantes apreciam sua autenticidade e o desdém pelo politicamente correto que demonstra.

Mas muitos, inclusive republicanos, reprovam as ações do pré-candidato nova-iorquino. 50% dos eleitores americanos registrados afirmaram em uma pesquisa da Quinnipiac divulgada nesta terça-feira que se sentiriam envergonhados de ter Trump como presidente, em comparação com 23% que disseram que se sentiriam orgulhosos.

Se Hillary fosse eleita, 33% ficariam orgulhosos e 35% se envergonhariam, de acordo com a pesquisa.

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A Quinnipiac mostra Trump na liderança no campo republicano com 28% de apoio, seguido pelo senador Ted Cruz, com 24%, e pelo senador Marco Rubio, com 12. Hillary, por sua vez, lidera o campo democrata com 61% dos votos, o dobro do apoio dado ao senador Bernie Sanders, que acumula 30%.