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O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump compareceu nesta segunda-feira (2) a um tribunal de Nova York, junto a seus dois filhos, Donald Jr. e Eric, e outros sócios acusados de inflacionar o valor dos ativos da organização que leva o nome do republicano para obter vantagens econômicas. O caso foi promovido pela Procuradoria do Estado.
No dia 26 de setembro, o juiz Arthur Engoron declarou Trump responsável no processo, no âmbito de uma ação civil ajuizada pelo Ministério Público, na qual ele foi acusado de aumentar seu patrimônio para conseguir melhores condições de empréstimos e outros benefícios econômicos.
Segundo denunciou a procuradora Letitia James, filiada ao Partido Democrata, o republicano inflacionou seu patrimônio líquido em até US$ 3,6 bilhões nas demonstrações financeiras anuais fornecidas a bancos e seguradoras, segundo a agência Reuters. Entre os bens aumentados de valor estão o resort Mar-a-Lago, na Flórida, e um apartamento de cobertura na Trump Tower, em Manhattan.
Na Suprema Corte, Trump afirmou à imprensa que se trata de uma “continuação da caça às bruxas” contra ele, considerando o caso uma farsa. Ele reafirmou a validade das suas demonstrações financeiras sob escrutínio e o valor das suas propriedades.
O ex-presidente disse que as acusações são uma tentativa de influenciar as próximas eleições, nas quais surge como favorito republicano: "Isto tem a ver com uma interferência eleitoral, pura e simples. Estão tentando me prejudicar para que eu não me saia tão bem como estou nesta eleição (no próximo ano)", afirmou.
A promotora Letitia James – para quem Trump nem olhou – também deu breves declarações e disse que “a Justiça prevalecerá” diante de seus argumentos, que já foram suficientes para que o juiz resolvesse a acusação principal do caso na semana passada e consideram Trump, sua empresa e seus filhos mais velhos responsáveis pela fraude, ordenando o cancelamento de suas licenças comerciais no estado.
Um grupo de manifestantes observava os acontecimentos com faixas que acusavam Trump de ser um criminoso e questionavam, por exemplo, “quantos advogados precisamos para estragar a democracia?”
Embora fossem poucos, eram a maioria diante de meia dúzia de defensores de Trump que usavam cartazes como “Trump venceu”, bem como o de um ciclista que andava pelo local com uma fotografia com o slogan “nunca desista”.
Outros processos
Além da nova ação judicial, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump (2017-2021) enfrenta outros quatro processos na Justiça americana.
Trump foi indiciado por diversas acusações criminais em diferentes jurisdições dentro dos EUA, que vão desde fraude eleitoral até espionagem. (Com informações da Agência EFE)