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Trump participa de debate com lideranças políticas e empresariais latinas em Doral, na região de Miami, nesta terça-feira (22)
Trump participa de debate com lideranças políticas e empresariais latinas em Doral, na região de Miami, nesta terça-feira (22)| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH

Numa eleição tão acirrada como promete ser o pleito presidencial dos Estados Unidos, que será realizado em 5 de novembro, qualquer mudança de porcentagem em tendências históricas de voto pode ser decisiva para a vitória ou derrota.

Nesse sentido, o republicano Donald Trump tem muito a comemorar. Uma pesquisa recente do jornal The New York Times com a Siena College mostrou que os democratas, da candidata Kamala Harris, estão perdendo votos junto a dois eleitorados que votaram em peso no partido nas últimas eleições, negros e latinos, enquanto Trump vem apresentando crescimento.

De acordo com o levantamento, 78% dos eleitores negros entrevistados disseram que votarão em Kamala, sendo que em 2020, 87% dos americanos nessa população votaram em Joe Biden.

Quanto aos votos dos latinos, a democrata apareceu com 56% das intenções de voto, enquanto há quatro anos Biden teve 65% da votação dessa fatia do eleitorado americano.

Já Trump, que alcançou 12% e 32% dos votos da população negra e latina em 2020, respectivamente, obteve 15% e 37% na pesquisa New York Times/Siena College.

Especialistas apontam que uma das principais explicações para essa perda de apoio é a alta inflação que assolou os Estados Unidos durante boa parte da gestão Biden, problema que sempre atinge com mais força a população de menor renda.

No estado-pêndulo de Nevada, Lydia Dominguez, moradora de Las Vegas, disse em entrevista à BBC que muitos latinos “lembram da economia” durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021) e por isso estão indo para o lado do republicano, apesar do seu discurso anti-imigração.

“Eles [latinos] não têm condições de viver. É uma parte muito grande nisso [perda de apoio dos democratas]. Não é mais tabu apoiá-lo [Trump]”, afirmou.

Cientes dessa mudança, tanto o republicano quanto Kamala têm procurado cortejar o eleitorado negro e latino.

No lado democrata, o ex-presidente Barack Obama (2009-2017) entrou com força na campanha nas últimas semanas para convencer o eleitorado negro masculino a votar em Kamala – fatia dentro dessa população que tem se mostrado mais reticente a apoiar a atual vice-presidente americana.

Além disso, nesta semana, o vice na chapa democrata, Tim Walz, e o marido de Kamala, Doug Emhoff, devem conceder entrevistas a programas de rádio voltados ao público latino, segundo informações da agência Associated Press.

Já Trump participou na terça-feira (22) de um debate na região de Miami com políticos e líderes empresariais latinos e num evento no último dia 12, elogiou a capacidade empreendedora desse segmento da população americana.

“Vocês têm muita ambição, têm muita energia, são muito inteligentes e realmente gostam de empreendedores natos”, afirmou.

Juntos, negros e latinos representaram 26% do eleitorado americano na disputa de 2020 – portanto, seus votos são decisivos para definir quem chegará à Casa Branca.

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