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As pesquisas de opinião colocam o ex-presidente dos EUA Donald Trump como favorito para concorrer pelo Partido Republicano nas eleições do próximo ano
As pesquisas de opinião colocam o ex-presidente dos EUA Donald Trump como favorito para concorrer pelo Partido Republicano nas eleições do próximo ano| Foto: Gastón De Cárdenas/EFE

O ex-presidente dos EUA Donald Trump, principal nome na disputa republicana para as eleições de 2024, afirmou durante uma entrevista à emissora americana NBC neste domingo (17) que a decisão do governador da Flórida, Ron DeSantis, de proibir o aborto a partir de seis semanas é "um erro terrível".

Os dois concorrem à vaga nas primárias do Partido Republicano, que acontecem em janeiro, para enfrentarem os democratas nas urnas.

Em diversas ocasiões durante a entrevista, Trump foi questionado sobre seu posicionamento em relação ao aborto, questão que foi evitada pelo pré-candidato. No entanto, em uma das oportunidades, ele afirmou que a iniciativa do adversário "foi uma coisa terrível”.

O entrevistado ainda disse que, caso eleito, “sentaria com ambos os lados - republicanos e democratas - para negociar um acordo sobre o aborto", que resultaria na "paz sobre a questão pela primeira vez em 52 anos”.

Durante sua gestão, Trump nomeou três juízes ao Supremo Tribunal que contribuíram com a anulação do caso Roe v. Wade, decisão que reconhecia o direito constitucional da mulher ao aborto e o legalizava em todo o país. Contudo, desde a derrubada da jurisprudência, o ex-presidente evita se manifestar sobre o assunto.

As afirmações do pré-candidato à reeleição foram alvo de críticas por organizações a favor da vida, que apoiam o Partido Republicano.

Ao jornal The New York Times, a presidente da ONG Susan B. Anthony Pro-Life America, Marjorie Dannenfelser, disse que "não ficou nada entusiasmada com o ataque de Trump à legislação a favor da vida de Ron DeSantis".

“Estamos num momento em que precisamos de um defensor dos direitos humanos, alguém que se dedique a salvar vidas de crianças e a servir mães necessitadas”, afirmou Dannenfelser.

O porta-voz da pré-campanha do governador da Flórida, Andrew Romeo, condenou a sugestão do ex-presidente de negociar com os democratas sobre o aborto, acrescentando que os “resultados do compromisso de Donald Trump com os democratas foram desastrosos” durante sua gestão anterior.

A ativista a favor da vida, Lila Rose, presidente da organização Live Action, afirmou por meio da rede social X (antigo Twitter) que as declarações de Trump são "patéticas e inaceitáveis".

"Trump está atacando ativamente as próprias leis pró-vida que se tornaram possíveis graças à derrubada de Roe. As Leis do Batimento Cardíaco salvaram milhares de vidas, mas Trump quer comprometer a vida dos bebês para que os democratas favoráveis ao aborto fiquem ao seu lado", disse.

Em abril deste ano, o governador DeSantis assinou um projeto de lei para uma proibição mais rigorosa ao aborto, que passaria de 15 para seis semanas. Vítimas de estupro, incesto e tráfico humano seriam exceções, de acordo com a legislação

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