O presidente Donald Trump decidiu demitir seu estrategista-chefe, Steve Bannon, que já esteve à frente do site "alt-right" Breitbart, segundo o jornal "The New York Times" e a rede CNN. O controverso Bannon tinha se tornado uma presença ainda mais incômoda na Casa Branca depois da marcha de supremacistas brancos e membros do movimento "alt-right" em Charlottesville, na Virgínia, que terminou com uma morte no sábado (12).
A reação de Trump à violência em Charlottesville foi alvo de duras críticas de políticos aliados, empresários, militares e lideranças internacionais, e levou ao maior isolamento do presidente desde o início de seu mandato. Trump disse que os dois lados que entraram em confronto, fascistas e antifascistas, eram culpados, e demorou para condenar diretamente as ações de supremacistas, da Ku Klux Klan e de neonazistas.
A indicação de Bannon para o posto de alta confiança na Casa Branca havia sido o principal aceno feito por Trump para o "alt-right" - movimento com o qual se identificam nacionalistas brancos, grupos homofóbicos e anti-imigrantes; após sua eleição, em novembro.
Segundo o "Times", o presidente e dois altos funcionários da Casa Branca estariam debatendo quando e como Bannon deixaria o governo. No começo da tarde de sexta, ainda havia a expectativa que Trump pudesse deixá-lo por um tempo no posto.
Caso Coreia do Norte
A notícia da saída de Bannon vem no dia seguinte a uma polêmica e rara entrevista dada pelo estrategista-chefe à revista liberal "The American Prospect", na qual ele foi contra declarações anteriores de Trump, dizendo "não haver solução militar" com a Coreia do Norte.
"Até que alguém resolva a parte da equação que mostra que 10 milhões de pessoas morrerão em Seul nos primeiros 30 minutos pelo uso de armas convencionais, eu não sei do que estão falando, não há solução militar aqui. Eles nos pegaram", disse Bannon.
O ex-editor do site Breitbart também chamou de "bando de palhaços" os supremacistas brancos que se reuniram em Charlottesville no fim de semana, tentando manter um distanciamento do grupo. "Nacionalistas étnicos... são uns perdedores. Eles são um elemento marginal. Acredito que a imprensa está os amplificando muito, e temos que ajudar a esmagá-los. Ajudar a esmagá-los ainda mais", disse.
A saída de Bannon é mais um baque para o gabinete de Trump, que, só no último mês, perdeu o porta-voz, Sean Spicer, o diretor de comunicação, Anthony Scaramucci, e o chefe de gabinete, Reince Priebus.
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