ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - O virtual candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, deu sinais de que pode recuar de um dos pontos mais controversos de sua campanha: o veto à entrada de quaisquer muçulmanos nos EUA.
Sua equipe finaliza nova proposta para restringir a entrada de imigrantes vindos de países com histórico de terrorismo, segundo a CNN.
No sábado (25), sua porta-voz Hope Hicks já havia dito à rede que o patrão defendia barrar apenas os muçulmanos oriundos de “Estados do terror”.
A retórica antimuçulmana de Trump escalou a partir de dezembro de 2015, após o atentado de San Bernardino, na Califórnia, quando um casal de origem paquistanesa matou 14 pessoas.
Foi quando o republicano sugeriu pela primeira vez fechar as fronteiras para todos os muçulmanos. Na época, disse que “teria problemas com eles”, pois lidaria “de um jeito muito duro” com a situação.
Ele voltou à carga após a chacina numa boate LGBT de Orlando, na madrugada de 12 de junho, cometida por um filho de afegãos nascido em Nova York e que simpatizava com o Estado Islâmico. Ao todo, 49 pessoas morreram.
Após o atentado, Trump disse que a comunidade muçulmana nos EUA “sabe quem são seus caras maus”, insinuando que toda ela era cúmplice dos radicais islâmicos.
No sábado, em seu clube de golfe na Escócia, o magnata amaciou o discurso -nem todo muçulmano precisaria ser necessariamente impedido de entrar nos EUA. “Não me incomodaria”, respondeu ao ser questionado se um escocês que seguisse o Alcorão deveria ser enquadrado na política da interdição.
O tom mais comedido é um aceno à cúpula republicana, que reclamava da agressividade de Trump contra minorias.
Os Estados Unidos têm atualmente 3,3 milhões de muçulmanos, que somam 1% da população.
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