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O presidente dos EUA Donald Trump em coletiva de imprensa na Casa Branca após reunião com líderes do Congresso sobre a paralisação do governo, em 4 de janeiro | SAUL LOEB / AFP
O presidente dos EUA Donald Trump em coletiva de imprensa na Casa Branca após reunião com líderes do Congresso sobre a paralisação do governo, em 4 de janeiro| Foto: SAUL LOEB / AFP

Diante da negativa da oposição em designar parte do orçamento americano para financiar um muro na fronteira com o México, o presidente americano, Donald Trump, ameaçou nesta sexta-feira, 4, declarar emergência nacional para ordenar a construção do projeto. A medida dispensaria a aprovação de fundos pelo Congresso, dominado pelos republicanos no Senado, mas com maioria democrata desde quinta-feira na Câmara.

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“Podemos chamar de emergência nacional por causa da segurança do nosso país”, disse Trump na sexta-feira. “Eu posso fazer (decretar emergência nacional) se eu quiser”, acrescentou, durante uma entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca, após se reunir com líderes democratas no Salão Oval para discutir a paralisação parcial do governo, que já dura duas semanas. A paralisação mais longa da história americana ocorreu no governo de Bill Clinton – 21 dias – entre dezembro de 1995 e janeiro de 1996. 

Trump confirmou que poderia manter o governo americano paralisado por meses ou anos, como havia dito mais cedo, logo após a reunião com o presidente, o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer. No entanto, Trump afirmou que pretendia retomar as atividades públicas rapidamente. “Vamos trabalhar duro no fim de semana e ver o que teremos”. 

Orgulho 

Questionado se estava orgulhoso da paralisação, Trump afirmou que estava orgulhoso por ter feito mais nos últimos dois anos que qualquer outro presidente. 

“O Nafta foi um desastre e eu renegociei. Fizemos a reforma tributária, criamos empregos e geramos bilhões e bilhões de dólares para os EUA”, afirmou, acrescentando que o dinheiro para o muro na fronteira com o México seria uma ninharia se comparado com o bilhões de dólares gerados por seu governo com o acordo comercial com o país vizinho. 

Na noite de quinta-feira, horas após assumir o controle da Câmara, os democratas apresentaram e articularam a aprovação de um pacote orçamentário para o fim da paralisação, mas sem dinheiro para o muro. 

A sessão foi comandada pela democrata Nancy Pelosi, eleita presidente da Casa horas antes. “O presidente não pode manter funcionários públicos como reféns porque ele quer construir um muro”, disse a parlamentar. 

O projeto, porém, precisa ser votado pelo Senado, que deve vetá-lo. “Eu chamaria isso de teatro político, não de prática legislativa produtiva”, disse o líder da maioria no Senado, o republicano Mitch McConnell. 

Reajuste 

Enquanto 800 mil de cerca de 2,1 milhões de servidores federais estão sem pagamento com a paralisação, centenas de assessores do alto escalão do presidente Trump estão prestes a receber um aumento anual de cerca de U$ 10 mil, segundo reportagem do Washington Post. 

O aumento aos secretários, vice-secretários, administradores e até mesmo o vice-presidente, Mike Pence, está programado para ser pago a partir de hoje sem necessidade de aval do Congresso, de acordo com o jornal, que cita documentos do Escritório de Gestão de Pessoal. 

Na entrevista de hoje, Trump disse que estava considerando pedir ao seu gabinete que não aceite o reajuste enquanto o governo estiver paralisado. 

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Trump tem reivindicado apoio público para a construção de um muro ou outra barreira que os democratas consideram desperdício de dinheiro. O impasse paralisou nove dos 15 departamentos federais e deixou centenas de milhares de trabalhadores de licença ou trabalhando sem remuneração. Perguntado se ele aceitou a responsabilidade pelo desligamento, Trump respondeu: “Você pode chamar de paralisação de Schumer, de Pelosi ou de Trump, não importa para mim. São apenas palavras”. 

“Se pudermos fazer isso através de um processo negociado, vamos dar uma chance”, disse Trump.

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