O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (19) que jamais teria nomeado o procurador-geral, Jeff Sessions, se soubesse que ele pediria afastamento da investigação sobre a suposta tentativa de ingerência da Rússia nas eleições.
Em uma entrevista ao jornal The New York Times, o presidente também criticou o recente depoimento de Sessions a um painel do Senado que investiga o possível conluio entre Moscou e a campanha de Trump, dizendo que ele deu "algumas respostas ruins".
A declaração de Trump é uma tremenda gafe. Seria a mesma coisa que um presidente brasileiro nomear um ministro da Justiça com a intenção de parar a Operação Lava Jato e, caso este ministro se recusasse, o presidente fosse à imprensa reclamar publicamente do fato.
Sessions afastou-se do caso russo em março, depois que o Washington Post informou que ele se encontrou duas vezes com o embaixador russo Sergey Kislyak durante a campanha.
Trump disse que Sessions agiu de forma injusta ao assumir o cargo, em primeiro lugar, sabendo que se sentia comprometido com o caso.
"Como você pega um emprego e depois se recusa (a trabalhar)? Se ele tivesse recusado antes o trabalho, eu teria dito: 'obrigado, Jeff, mas não vou ficar com você'".
"É extremamente injusto usando uma palavra suave para com o presidente", completou Trump.
Em um depoimento ao Comitê de Inteligência do Senado em junho, Sessions negou veementemente qualquer conluio com a Rússia em favor de Trump nas eleições americanas do ano passado. Ele classificou a suposição de "mentirosa e detestável".
Ele também se envolveu em prováveis trocas de ofensas com vários senadores que o pressionaram por detalhes sobre suas conversas com Trump, que se recusou a fornecer em nome da confidencialidade. "Jeff Sessions me deu respostas ruins", disse o presidente ao jornal nova-iorquino.
Nesta quinta, Sessions afirmou que pretende continuar no cargo apesar das críticas do presidente americano.
"Estou honrado em servir como secretário de Justiça. É algo além de qualquer aspiração que eu poderia ter tido", disse. "Penso em seguir na função enquanto for apropriado", acrescentou.
STF inicia julgamento que pode ser golpe final contra liberdade de expressão nas redes
Plano pós-golpe previa Bolsonaro, Heleno e Braga Netto no comando, aponta PF
O Marco Civil da Internet e o ativismo judicial do STF contra a liberdade de expressão
Putin repete estratégia de Stalin para enviar tropas norte-coreanas “disfarçadas” para a guerra da Ucrânia